The Circle e a nova geração de reality shows

Ingrid Souza
Entre Resenhas & Poemas
4 min readMay 22, 2020
Foto: Netflix/Reprodução

Quando fui procurar na Netflix o que assistir estava como sugestão o “The Circle” e me perguntei o que é isso? E fui ver o que era. No início me lembrou o Big Brother, mas vi que tinha outra ideia, apesar de o prêmio final ser o dinheiro. Assim como o outro programa, ele está se expandindo para outros países. O seu país de origem é o Reino Unido, que estreiou em 2018, porém na Netflix temos as versões dos EUA e uma versão aqui no BR (confesso que achei muito superior e mais divertida a daqui). E também a mais recente, versão da França (essa eu ainda não assisti). Aqui, a apresentação é com a Giovanna Ewbank que nos guia a cada novo episódio, narrando o que está acontecendo. A apresentadora aparece no primeiro e no último episódio, nos outros podemos escutar somente a sua voz.

Basicamente, os participantes cada um com características diferentes e de diversos lugares do país, ficam em um prédio na Inglaterra, em seus apartamentos possuem telas chamadas The Circle, que lembra um pouco a tecnologia da Siri que está presente nos iPhones e também é semelhante as redes sociais. O reality é uma mistura de Big Brother, Catfish e até parecido ao episódio Nosedive da série Black Mirror. Assim como o Tinder, é com as fotos que se chama a atenção no perfil. Elas podem tanto fazer com que o participante ganhe a simpatia dos outros ou que os afastem. O que tem mais de original, que faz link com a vida real é que o perfil pode ser tanto verdadeiro quanto falso. Isso depende da escolha que a pessoa terá. Alguns homens se passam por mulheres ou mulheres se passam por homens. Alguns, permanecem com o mesmo gênero, porém escolhem outro alguém para representá-los. Além da imagem, é preciso interagir, criar alianças através de grupos e ganhar a confiança dos demais.

As votações ocorrem entre eles mesmos, por isso o motivo de agradar fica ainda maior para conquistar o prêmio de 300 mil reais (valor referente ao prêmio no Brasil). É possível, todos verem em que posição do ranking ficaram e com isso até repensar as suas atitudes. Mas não é garantia de nada, assim como quem está no topo, na próxima semana pode decair. Os dois mais votados se tornam influencers e em um acordo decidem quem será o eliminado. Assim, segue a cada semana. O eliminado da vez, escolhe alguém para visitar e após, faz um vídeo para todos com considerações. Como telespectadores, podemos nos simpatizar com um personagem, mas também podemos passar a odiá-lo nos episódios seguintes.

No jogo, há diversas brincadeiras de interação para os jogadores. Como responder perguntas de eu nunca e eu já, festas individuais, pinturas de um participante para o outro, entre outras. Apesar de seguir o estilo do original, aqui no Brasil, adaptaram muita coisa como a festa com o tema carnaval. Muitos optam por flertar com outros com o intuito de fazer uma parceria. Conforme vão saindo, outros novos personagens começam a fazer parte para a surpresa de todos.

The Circle faz uma reflexão ao o que realmente é real. A pessoa pode estar por trás de um perfil fake, mas ser verdadeira em suas palavras, assim como alguém real, não ser tão interessante. No decorrer, vemos até discussões e julgamentos por conta de acharem que alguém tem um perfil falso e as vezes não tem.

The Circle faz uma ligação entre tecnologia e vida real, onde podemos nos identificar por estar vivendo diariamente nas redes sociais. Muitas vezes temos mais relações virtuais do que presenciais em nossa vida. A imagem não é tudo, é preciso ter conteúdo e não ser apenas um “rostinho bonito”. Essa e muitas interpretações podemos fazer ao assistir, além de dar muita risada e querer assistir um episódio atrás do outro.

Onde assistir? Netflix

Número de episódios: 12

Minha nota: 8

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Ingrid Souza
Entre Resenhas & Poemas

Quando não cabe mais no peito (seja por tristeza ou por alegria) eu escrevo pra desabafar. Jornalista e falo de livros/séries no @seriandocomlivros