E se?
E se eu não tivesse te encontrado?
E o frio na barriga? E me sentir apressado?
E a canção no rádio? E os momentos lembrados?
E o coração que ao ver-te batia acelerado?
E se eu não tivesse te encontrado?
Da janela, veria o teu passo apressado?
Com desdém olharia o estranho impensado,
Que hoje recebe os meus versos rimados?
E se eu não tivesse te encontrado?
Em nossos cliques e olás descompromissados?
Na modernidade líquida de um terreno arriscado,
Na solidão dessa pista de curtição, mergulhado?
E se eu não tivesse te encontrado?
Te olharia nas festas com uma garrafa do lado?
Te chamaria pra um beijo com toques envergonhados,
Ou nossos braços com outros estariam ocupados?
E se eu não tivesse te encontrado?
Te ouviria cantando sem te enxergar, dedicado?
Encontraria em passeios, sem desfrutar do teu lado?
Apenas (des)conhecidos entre rolês isolados?
E entre incertos e escolhas,
As rimas mudam o formato,
Lotadas estão estas folhas,
E o coração, habitado.
Nossos encontros que ainda,
Celebramos ao nosso lado,
Minha alegria que não finda
Por ser por ti, encontrado.
E já não precisamos mais desses “ses”.