O medo é fisiológico

Yuri Silva
Entretantos incertos
2 min readFeb 11, 2022
Foto de Pixabay no Pexels.

Endógeno ou exógeno, o medo é fisiologia. Desumana, talvez.

“Em celas improvisadas, num laboratório de nome gigantesco, há vários modos de induzir ansiedade em camundongos”. É só injetar um líquido limitado a um frasco caríssimo e esperar o resultado: Animais paralisados de medo, sem explorar o labirinto convidativo nos quais foram inseridos. Sem buscar saídas entre as paredes do local de experimento. Sem nada.

O medo vira dados estatísticos, vira publicação na Science, vira discussão entre indivíduos especialistas em induzir medo nos outros. O medo é estatisticamente relevante, ou deve ser.

O medo é fisiologia, é resposta neurológica aos impulsos. É luta ou fuga. É ação simpática, mas só no nome mesmo. O medo é a biologia estudada por mecanismos biologicistas, induzindo a ansiedade em ratos, injetando etanol 5g/Kg por via subcutânea, sem uma comemoração em bares.

O medo é produção de neurotransmissores, ou a ausência deles. O medo é uma neuropatia, mas é fisiológico, evolutivo, necessário. O medo é uma complexidade no qual muitos se propõem a pensar. Menos os que têm medo. Esses estão que nem os camundongos com etanol na corrente sanguínea: Diante da morte iminente, mas sentindo-se assustados por uma coisa inexplicável. O medo proíbe pensamentos, o medo não é estatístico para quem teme.

Algum deus de jaleco injetou etanol 5g/Kg em todos nós?

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