Pornô pessoal
Então me toca,
Me sente,
Me joga com jeito,
Na parede.
Então me toma
Me acende,
Me bate, maltrata,
Me prende.
Me submeto a ser só corpo,
Só gemidos,
Só gozo,
Momento, somente.
Queimo meus poemas,
Meu lirismo,
Meus planos,
contidos.
Queimo aqueles mapas,
Aceito estar perdido.
Em nosso pornô pessoal
Teu preferido.
Então me usa,
Me enforca,
Teus afetos e chinelos,
Descansam à porta.
Então, me come
Sou cu e amante,
Puta conformada,
Em teus instantes.
Então, me deixa
Após o teu ápice
Teu gozo não te prende,
Até mais tarde.
Então, se vá
Volte outro dia,
Meu corpo, à espera
Minha serventia.
Até que não voltes,
Até que te envolvas,
Com outros errantes,
Outras pessoas.
Ou talvez, ame
Além da carne
Alguém, não eu
A brasa em meu peito, tu não acendeu
Mas queimo no prazer de ser teu objeto.