Telepatia
Meus olhos reviram ao teu toque,
Acordo suado do transe.
A cama molhada em resposta
Ao júbilo, outrora gritante.
O fogo que queima em meu peito,
Na embalagem da lubrificação.
A dor que lateja, os sons sussurrados,
O volume máximo da televisão.
Os braços abertos, as pernas imitam
Os olhos que fitam teu infinito
As rimas que surgem no grito que ecoa
A festa inaudível do eu lírico.
A Faixa de Gaza em conflito
Na Faixa de Gozo, bombardeio
O jornal que disfarça as batidas
Os corpos que externam os anseios.
O ápice no quarto trancado
A viagem astral indecente.
Transporto-me junto ao teu colo
E queimo num prazer crescente.
E os olhos de novo se abrem
A cama de novo, não range
A mente sossega, e a saudade
Abraça meu corpo, distante.
“Quem diria que era possível fazer amor por telepatia?”