A falta de generosidade

HD Dimantas
Entusiastas de Mídias Sociais
2 min readDec 8, 2016

Para quem conhece meu trabalho acadêmico sabe que aponto algumas variáveis muito marcantes do impacto das tecnologias na sociedade.

Os mercados são conversações é a mais contundente. As pessoas estão em rede para conversar. Essa é a prioridade. Facebook, Whatsapp, o velho ICQ fazem a gestão dessas conversas, e daí resulta a grande importância desses produtos na nossas vidas.

Outra variável importante é a reputação, que tem origem na ética hacker, onde o importante não é apenas ser o bam-bam-bam. O importante é que seus pares reconheçam essa reputação. Isso acontece nas redes e na academia, desde Platão. O capitalismo, entretanto, reconhece pela remuneração. Mas nem sempre aquele que ganha mais sabe alguma coisa importante. Normalmente, o top sabe mesmo é acumular bens — aproveitando o conceito de mais valia para enriquecer mais os cofres do patrão.

A terceira variável seria a generosidade, e nesse ponto, confesso que falhei. Eu acreditava que, em rede, as pessoas seriam mais generosas. Mesmo porque tanto as conversas como a reputação são derivadas em parte da capacidade das pessoas de agirem generosamente. Mas, essa generosidade existe como um fio tênue que liga as ações das pessoas com seus próprios egos. Generosidade não é sinônimo de puxa-saquismo e nem da quantidade de curtidas que recebemos diariamente. Pelo contrário, generosidade é quando as pessoas se apoiam umas nas outras, querendo o bem coletivo. Generosidade se reproduz na frase “gentileza gera gentileza”. Mas acho que pouca gente entende seu real significado. Não é um penduricalho que se coloca na parede para que os outros vejam a tua vontade de ser gentil. É muito mais, é a generosidade de ser humano e la nave vá.

A humanidade não deu certo e ponto final.

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