Inbound Marketing: uma história de amor

Joaquim Mitidiero
Entusiastas de Mídias Sociais
5 min readNov 8, 2016

Comecei a estudar e trabalhar com Inbound Marketing há cerca de 5 meses. Algum tempo depois — para fins de teste de usabilidade, claro — eu também baixei o Tinder. Se você é do meio do Marketing, provavelmente já ouviu ou leu que "Inbound é sobre relacionamento". Sendo assim, não é de se espantar que eu tenha encontrado tantas semelhanças naqueles dois mundos que estava explorando.

Tendo em mim a vontade de compartilhar com o mundo cada insight que eu tenho [por uma crença, típica da geração Y, de que eu sou muito especial] e acreditando na eficácia da metáfora como recurso pedagógico, fiz esse texto traçando um paralelo entre o Inbound Marketing e o universo dos relacionamentos, do xaveco, do flerte, da resenha, do….enfim, você entendeu.

Esse texto pode te ser útil se você:

1- Está aprendendo agora o que é Inbound Marketing e curte uma metáfora.
2- Já manja tudo de Inbound Marketing mas quer rir de uma besteirinha.

Antes de começar, um aviso importante: tomei como base pra esse paralelo as minhas vivências com relacionamentos e as de amigos e amigas que me relatam suas experiências - por áudios de WhatsApp com mais de 2 minutos, que eu só ouço porque tenho uma paciência de Jó. O ponto é, se o que for narrado não se aplica a você, tá tudo certo, ninguém é obrigado.

Primeiro passo: Atrair!

O começo do processo de IM (não aguento mais escrever Inbound Marketing) e da paquera têm como foco a visibilidade. Aquela máxima de "quem não é visto não é lembrado" ainda faz sentido. É aqui que mora a importância de ser ativo nas redes sociais, produzir algum conteúdo, usar as palavras e hashtags certas, estar presente nos eventos que seu público/crush frequentam, falar um pouco mais alto pra chamar atenção.

A pessoas nesse ponto ainda não te conhecem, talvez só de vista, então é legal tomar alguns cuidados pra não parecer maluco. Por mais que você saiba informações sobre o seu público/crush porque usou de alguma ferramenta online pra descobrir isso (a famosa stalkeada), não é aceitável chegar chegando na loucura do "Oi, vi que você gosta de x-bacon e Engenheiros do Hawaii. Tenho certeza de que a gente vai se dar super bem. Quer casar comigo?". Não importa o quanto você ache que vocês foram destinados a ficar juntos, relacionamento é sobre o timing das duas (ou mais) partes. Queimar etapa não é o mais indicado.

Segundo passo: Converter!

Você conseguiu o que queria, tem a atenção do seu cliente/crush. Qual o próximo passo? Garantir que a pessoa não vai sumir pra sempre nesse mundão de meu Deus.

Vocês estão ali, conversando sobre coisas que os dois gostam. Você conta coisas que são novas pra ela, ela te conta o que pensa da vida, vocês interagem. Mas você nunca sabe que horas a carona dela vai resolver ir embora ou que horas aquela reunião por hangout vai tirar de você toda a atenção.
Por isso é importante, tão cedo quanto exista intimidade para, pedir alguma informação de contato. "Você tem whats?", "Posso te adicionar no Face" ou "cadastre-se na nossa newsletter" são velhos conhecidos nessa etapa.
É necessário perceber aqui o seguinte: não adianta pressionar. A pessoa só vai te passar o contato se ela quiser continuar se relacionando com você. Tentar forçar a barra só vai resultar num número/email falso ou em ser adicionado à lista de rejeição no minuto seguinte.

Terceiro passo: Aproximar!

Agora começa o que nossos irmãos mais novos chamam de 'resenha' e nossos avós chamavam de 'trova'. Cartas, e-mails, SMS, fotos, convites, conselhos, ligações…vale tudo o que fizer sentido pra vocês.

O importante é manter contato e continuar mostrando pra pessoa que você é legal. Ficando sempre de olho naquela linha tênue da forçação de barra e se perguntando: "Como a pessoa reagiu ao meu último contato?".
Ela tá visualizando e não respondendo? Tá abrindo e-mail e não clicando? Tem alguma coisa aí…
Não pense que porque você já adicionou o crush/lead aos contatinhos que tá tudo ganho. Observar o comportamento e interações é uma constante na vida. Pergunte o que a pessoa está achando, estimule a DR. Melhor discutir o relacionamento do que um sumiço inadvertido.
Se tudo der certo até aqui, as chances de você se dar bem são grandes.

Quarto passo: Encantar!

A pessoa tá na tua e o lance foi consumado. Parabéns, você conseguiu! Rolou! Sucesso! Aconteceu! [insira aqui a expressão de sua preferência]

E agora, o que fazer? Não estragar tudo é uma boa, pra começo de conversa.
Sabe aquelas pessoas que ficam blasé no dia seguinte? Ou aquelas marcas que no pré-venda te prometem uma vida sem fronteiras e no pós-venda não te dão nem sinal de vida? Não sejam essas pessoas e marcas!
IM não é sobre um lance, um negocinho, um esquema. Inbound Marketing é sobre uma história de amor, meu bem. E histórias de amor vão além do dia seguinte.
O quarto passo é o momento de mostrar o que há de melhor em você. De fazer os convites que só a intimidade permite, de arrancar da pessoa um "Wow!" todo dia. Fazer ela ficar tão feliz que vai sair contando de você pros amigos, mandando áudio de mais de dois minutos dizendo como você é uma gracinha quando adivinha o que ela quer comer.
E é assim que aquela pessoa desconhecida se torna o mozão, que aquele lead frio do começo do funil, vira cliente e promotor da marca.

Alguns aprendizados..

O processo é fluido.
Pode ser lento, pode ser rápido; depende do seu público, depende do que você tá oferecendo; depende…
Mas tem que ser contínuo, gradativo, incremental e gostosinho.
No fim de tudo, tanto com as empresas quanto com as pessoas, raramente é pra sempre. O importante é que seja maravilhoso enquanto durar, que as duas partes saiam disso com aprendizados, boas lembranças e sem ódio no coração.

;)

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