Uma ode ao beijo

Taryne Zottino
Entusiastas
Published in
2 min readMar 27, 2018
Homem Aranha, Mary Jane e um dos beijos mais icônicos da história do cinema

Em um episódio da primeira temporada de Friends, as meninas dizem para os caras que beijar é tão importante quanto todo o resto, mas eles discordam, afirmando que enxergam o beijo apenas como uma preliminar para algo mil vezes melhor. Chandler vai além e faz uma analogia. “É como um comediante stand-up se apresentando antes do Pink Floyd entrar no palco”. Confesso ter ficado um pouquinho chocada quando assisti, me perguntando se isso existe mesmo na vida real ou só na cabeça dos roteiristas da série. Eu absolutamente amo beijar.

Beijar até perder a noção do tempo. Beijar até os lábios ficarem dormentes. Apenas beijar, sem necessariamente ficar tomada por expectativas sobre o depois. Esquecer totalmente das pessoas em volta por não querer me desligar do beijo nem por um segundo. Me perder naquele momento da primeira descoberta um do outro. Estar ali, presente, pouco ligando para o futuro. Sempre espantada com a loucura da química (quando ela resolve acontecer, claro), do encaixe perfeito de duas bocas, da conexão tomando forma. Nunca vi o beijo somente como um prólogo para o sexo. Ele não merece ser visto como um mero coadjuvante.

É fato que a gente gasta menos tempo beijando depois de uma certa idade, ou quando estamos em um relacionamento de muito tempo. Minutos depois do agarramento começar, roupas já estão voando alto e isso é incrível também. Mas é uma delícia prolongar o beijo. Passar um tempinho concentrados só nele significa lembrar como tudo começou. E tudo tem início no beijo, não é? Quando duas bocas não combinam, meu amigo, nada mais vai surgir a partir dali. No entanto, se elas tiverem a sorte de se moldar perfeitamente uma na outra, tudo pode acontecer.

Portanto, deixo aqui registrada minha ode ao beijo. Ao beijo demorado, sem pressa. No que diz respeito a ele, não deixo minha ansiedade entrar no caminho, pelo contrário, eu aproveito cada pedacinho dessa invenção maravilhosa de fechar os olhos e somar meus lábios com os de alguém. Não sejamos sempre tão afobados feito os caras do episódio de Friends, vamos tentar fazer valer cada um dos nossos beijos.

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Taryne Zottino
Entusiastas

Lê e escreve como uma forma de experimentar a vida duas vezes // IG: @tarynedisse