Aposentados sobrevivem com o “mínimo”?

Jornalismo UNIFAAT
Envelhecimento e Longevidade
2 min readNov 5, 2019

80% recebem apenas um salário mínimo, mas nem todos têm uma condição de vida plena ou satisfatória

Evaristo Aparecido Almeida, de 70 anos, aproveitando seu tempo livre.

O valor atual de um salário mínimo é de R$ 998 e, atualmente, é difícil encontrar quem consiga sobreviver com apenas esse valor. Dessa forma, muitas pessoas continuam trabalhando mesmo depois da aposentadoria para poder completar seu ganho.

Evaristo Aparecido Almeida, de 70 anos, é um dos idosos que passam por isso. Para ajudar no sustento de sua família, com seis integrantes, o aposentado trabalha como serralheiro, próximo a sua casa, no centro de Piracaia, interior de São Paulo.

Serralheria onde Evaristo trabalha.

Ao perguntar para o senhor Evaristo quais são os motivos pelo qual ele continua trabalhando, respondeu que, além de precisar ajudar em casa, precisa comprar medicamentos caros. Ao passar no médico, chegou a dizer que o coração “não é mais uma Brastemp” e, por isso, não poderia mais trabalhar com coisas pesadas. Contudo, ele continua trabalhando.

Juntando sua aposentadoria com o seu salário, Evaristo conta que consegue manter os gastos mínimos e ainda sobra um pouquinho para jogar cacheta com os amigos, na praça da cidade. Em meio a conversa, o entrevistado conta que nenhum outro trabalho seria o ideal para complementar sua renda pois, para ele, serralheria é a única coisa que ele sabe fazer, já que trabalha no ramo há mais de 20 anos.

Em contrapartida, do outro lado da cidade encontramos Ângela Rodrigues Soares, de 63 anos, aposentada e antiga locutora da rádio Jovem Pira. Ela conta que consegue viver com o salário da aposentadoria por ter uma casa própria e, assim, diminui um gasto que seria do aluguel.

Após a aposentadoria, ela diz se sentir sozinha. Para ela, o dia demora para passar. Como mora num bairro afastado da cidade, Ângela afirma que a idade a impossibilita de passear no centro, pois não tem um automóvel para se locomover e depende do transporte público. Ela explica que o trabalho ideal para complementar sua renda seria voltar a ser locutora, pois é sua paixão e o trabalho ocuparia seu dia.

Assim como Ângela, 80% dos aposentados vivem com apenas um salário mínimo, mas nem todos conseguem ter uma condição de vida plena ou realmente satisfatória.

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