5 séries documentais sobre crimes e serial killers para assistir na Netflix

Isabelle Vasconcelos
E Outras Coisas
Published in
6 min readMay 18, 2020

Texto de Isabelle Vasconcelos, originalmente publicado no Janela7.

Durante esse período de quarentena e isolamento social, muitas pessoas estão com mais tempo livre e acabam indo em busca de algo para se distrair. Em boa parte das vezes, a Netflix acaba servindo de refúgio. Nessa lista de indicações, o Janela7 traz séries documentais com potencial de prender a atenção do público com as histórias mais surreais possíveis: crimes reais, assassinos em série e casos perturbadores.

Das séries que iremos citar, algumas são mais curtas, com poucos episódios, e outras mais longas, que se estendem por mais de uma temporada. Independentemente do tamanho, atestamos a qualidade de todas elas.

Don’t F**ck With Cats: Uma Caçada Online

Foto: Divulgação

“Don’t F**ck With Cats: uma caçada online” é a série mais curta da lista — com apenas três episódios, que variam de uma hora até uma hora e meia. O enredo mostra um grupo de amigos que sai numa investigação para encontrar uma pessoa que publica vídeos maltratando gatos. Quanto menos detalhes você souber sobre essa minissérie, melhor.

Entretanto, vale salientar que a narrativa dessa história é muito surpreendente: em cada episódio acontece reviravoltas que deixam as pessoas cada vez mais instigadas a tentar entender o que acontece. Não é um enredo leve, até porque os vídeos publicados pela pessoa investigada são de gatos sendo maltratados e mortos. Embora a série não seja explícita nesse quesito, pessoas sensíveis podem se sentir mal.

Os desdobramentos que acontecem no decorrer da narrativa são bem impactantes e inesperados, beirando o absurdo, principalmente por se tratar de uma história real.

Don’t F**ck With Cats é uma produção bem realizada, considerando que quem investiga não tinha muitos recursos para rastrear o suspeito. É o tipo de série para maratonar em um único dia — e que fica na cabeça por muito mais tempo.

Making a Murderer

Foto: Divulgação

Making a Murderer provavelmente foi a primeira série documental da Netflix que deu muito certo. Quando entrou no catálogo, em 2015, foi muito comentada e chegou a ser a queridinha do público. Até hoje as pessoas lembram dela pela sua história muito sinistra. Tendo duas temporadas, com dez episódios cada, com duração de uma hora mais ou menos, é considerada uma das melhores séries documentais da Netflix.

A história real de Steven Avery é, no mínimo, peculiar. Não por acaso, foi preciso um longo documentário, dividido em vários episódios, para dar conta das reviravoltas da vida do protagonista. Por isso essa é a série mais longa dessa lista.

O foco de Making a Murderer é um pequeno condado chamado Manitowoc, em Wisconsin, Estados Unidos. Lá, Steven Avery é condenado à prisão após ser acusado de estuprar uma mulher importante na cidade. Por ser de uma família pobre e numerosa e pela rebeldia na adolescência, a imagem de Steven já carregava um certo estigma de jovem-problema, o típico delinquente juvenil. Esses fatores também ajudaram a “construir” uma imagem negativa dele, influenciando na sua condenação e prisão. Além disso, a descrição feita pela vítima, que ainda estava hospitalizada, foi crucial no julgamento.

Preso em 1985, Avery só conseguiu sair da prisão depois de dezoito anos, quando um exame de DNA confirmou sua inocência.

Alguns anos depois, já em liberdade, acontece o desaparecimento da jornalista Teresa Halbach, que teve seu último contato com Steven por causa de um compromisso de trabalho, tornando-o assim, suspeito pelo desaparecimento da moça. É a partir dessa nova suspeita que a série mostra detalhes do caso e do desenrolar da investigação criminal.

A Máfia dos Tigres

Foto: Divulgação

A mais recente produção original da Netflix teve bastante repercussão por abordar histórias peculiares e com personagens reais bastante excêntricos.

Em A Máfia dos Tigres, temos Joe Exotic como figura principal: ele é um cara bem exótico, como o próprio nome já diz, e tem um zoológico em Oklahoma com mais de 1200 tigres, leões, ursos, dentre outros, e os trata como animais domésticos e não como selvagens, demonstrando muito apego por eles.

Além de exótico, a série também mostra outras pessoas que curtem essa ideia de criar animais selvagens nos Estados Unidos. Para se ter uma ideia, existem mais tigres em cativeiro em solo estadunidense do que os que estão livres na natureza. Em contrapartida, na história há uma ativista que é responsável pelo resgate de animais felinos e acaba tendo grandes embates com os criadores de animais desse tipo.

A real motivação dela, entretanto, é posta em xeque e vários conflitos surgem. Mais um conteúdo com reviravoltas, assassinatos e prisões que tornam tudo mais sinistro e bizarro.

Conversando com um Serial Killer: Ted Bundy

Foto: Divulgação

Ted Bundy foi um dos mais notórios serial killers dos Estados Unidos.

Nesta série de quatro episódios, se aborda de forma aprofundada como atuava o assassino com cara de bom moço. Acusado de matar mais de trinta mulheres ao redor da América do Norte, Ted Bundy era um cara com uma vida normal, charmoso, que estudava direito e procurava ascender socialmente. Sua maior dificuldade, no entanto, era esconder o desejo de matar jovens mulheres.

O material dessa minissérie é bastante rico, com gravações de áudios produzidas em conversa com um jornalista, imagens do julgamento, além de fotos das vítimas e o depoimento de uma das sobreviventes. A série mostra como a mídia explorou o caso e como a própria população, na maior parte o público feminino, não conseguia assimilar nele a figura de um assassino.

“Quero dizer, eu não sou um animal, não sou um louco e não tenho dupla personalidade. Sou um sujeito normal.” Essa frase exemplifica bem como Ted Bundy se via e como as pessoas o enxergavam por ter uma aparência bonita. Fugindo dos estereótipos físicos dos serial killers em geral, ele se aproveitou disso em sua empreitada macabra.

The Keepers

Foto: Divulgação

Com sete episódios, a série aborda os abusos sexuais cometidos pelo padre e diretor da escola Keough, em Baltimore, nos EUA, uma cidade conhecida por ser bastante religiosa. Na história, temos o assassinato da professora e freira Cathy Cesnik, bastante querida pelas alunas do colégio. Após a sua morte e um inquérito que não respondeu a todas questões relacionadas ao ocorrido, a dúvida se instaurou.

O foco da narrativa é mostrar a investigação feita por duas senhoras ex-alunas da freira Cathy, que estão dispostas a encontrar respostas pelo crime do passado. Ao longo dos episódios, são mostrados depoimentos de mulheres que foram estupradas nesse mesmo colégio, testemunhos que são extremamente tristes e mostram como a violência sexual traumatizou as vítimas.

Por ser uma história que se passa em um Estado muito religioso, há o paralelo de mostrar como a igreja afeta diretamente a política e a população em todos os aspectos — e como a submissão e a negligência são pontos fortes numa história que tenta o tempo todo descobrir a verdade sobre um mistério que perdura há mais de 50 anos.

Texto originalmente publicado no Janela7 (http://janela7.com/5-series-documentais-sobre-crimes-e-serial-killers-para-assistir-na-netflix-saiba-mais/)

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