DON’T F**K WITH CATS: Uma caçada online

Gerson Souza Cruz
E Outras Coisas
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2 min readAug 12, 2020

Resenha crítica por Gerson Souza Cruz

Pôster de Don’t F**k With Cats. Crédito: Divulgação

Don’t F**k With Cats é uma série documental original da Netflix, com três episódios de aproximadamente uma hora de duração cada, onde nos é apresentado uma história extremamente perturbadora — não recomendada para pessoas sensíveis, pois há descrições explícitas de tortura com animais e assassinato.

Nos primeiros minutos, é narrado que, apesar de a internet ter uma imensidão de conteúdos perturbadores, uma única regra deve ser respeitada: não mexa com gatinhos.

Enfim, um vídeo surge na internet e começa a circular rapidamente no Facebook: um homem matando dois filhotes de gatos. Logo, uma comunidade é criada na rede social com o intuito de descobrir quem é o criminoso no vídeo.

A partir daí, acompanhamos a rotina desse grupo comovido em busca de justiça. Uma análise de cada segundo do vídeo é feita, pesquisas são realizadas para saber a origem do cobertor que aparece e até mesmo a nacionalidade de uma carteira de cigarros que é vista no plano geral do vídeo é investigada, entre outros mínimos detalhes.

Vemos todo o desenrolar da história no ponto de vista de dois membros desse grupo majoritariamente. Mas o que é apresentado nos primeiros trinta minutos de tela é apenas a ponta de um iceberg imenso. Outros vídeos surgem, mais informações são encontradas e uma caçada obsessiva (e até mesmo doentia) começa.

Cena de Don’t F**k With Cats. Crédito: Divulgação

Apesar de ser um documentário, saber apenas o básico é essencial para uma experiência perturbadora. Além dos questionamentos sobre o uso da internet que nos é colocado durante as poucas horas de entretenimento, como o senso de justiça de cada indivíduo, assim como a negligência policial com as fontes da internet e o famigerado “stalking” da comunidade na rede social que chega a durar oito meses.

Don’t F**k With Cats com certeza não é para qualquer um, e até mesmo eu tive que pausar no meio de um episódio para evitar uma crise de ansiedade. Porém, deixo aqui um dos questionamentos que também é deixado nos minutos finais de tela: será que nós alimentamos esse “monstros” da internet, ou pelo menos temos consciência disso?

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Gerson Souza Cruz
E Outras Coisas

Jornalista em construção; cinéfilo metido a crítico