Empreendedorismo e os seus desafios na contemporaneidade

Projeto Etcetera
E Outras Coisas
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3 min readMay 31, 2022

Economista e empreendedora, Walclênia França aborda em entrevista os desafios no mundo do empreendedorismo

Texto de Bárbara Mendes

Empreender nunca é fácil. Abrir CNPJ, pagar impostos, manter funcionários, ter faturamento: são muitos os desafios para quem tá começando no ramo. É o que nos diz Walclência França, que é economista e empreendedora. “A grande barreira é burocracia, a falta de crédito para o empreendedor. E o malabarismo que o empreendedor faz ao tentar equilibrar produção, gestão e o digital. Todos demandam um desempenho elevado”, acrescenta.

França atua no comércio de ateliê de bordados há oito anos. Em entrevista, a economista aborda suas dificuldades em empreender.

Foto: Arquivo Pessoal

Como surgiu para você a ideia de ser empreendedora?

Digamos que foi quase que óbvio, pois já nasci nesse mundo do comércio, do ‘‘compra aqui e vende ali’’. Além disso, teve a influência do finalzinho do curso superior, onde em alguns trabalhos de pesquisa e extensão, e conversas com professores, eram analisados os setores e os tamanhos das empresas que mais movimentavam a economia. Então foi só unir o conhecimento adquirido na universidade com a experiência da família na vida de empreendedorismo.

Você já tinha algum empreendedor na família ou alguém como referência?

Sim, minha mãe. Foi minha maior influência no empreendedorismo, sempre batalhando e conquistando seus objetivos.

Entre o surgimento da ideia e a execução, levou muito tempo?

Não me recordo com clareza, mas acredito que girou em torno de seis meses.

Como iniciou o seu empreendimento?

Surgiu de uma necessidade de mercado sentida na pele. Fui em vários bairros da cidade e não encontrava uma pessoa que conseguisse resolver o meu problema. Já tinha conhecimento na área por meio dos negócios da família, mas não tinha o equipamento necessário. A partir dessa necessidade, acendeu uma lâmpada na minha cabeça. Logo fui em busca do equipamento e estamos há cerca de oito anos no mercado.

Para você, quais as características mais importantes para ser empreendedor?

Primeiramente paciência. Conhecimento sobre a área, conhecimento de finanças é indispensável. Curiosidade para buscar novidades, buscar sempre melhorar a experiência dos clientes.

Qual a maior dificuldade no ramo do empreendedorismo?

A grande barreira é burocracia, a falta de crédito para o empreendedor. E o malabarismo que o empreendedor faz ao tentar equilibrar produção, gestão e o digital. Todos demandam um desempenho elevado.

Quais impactos sua empresa enfrentou durante o período da pandemia?

Sem dúvidas a pandemia veio para tirar alguns do mercado, e para outros deu grandes oportunidades. Os impactos estão sendo árduos e acredito que ainda perdurem por meados de 2023. O lucro caiu drasticamente, pois nem todo aumento na matéria prima pode ser adicionado ao produto ou serviço. Isso tudo fora solucionar os inúmeros problemas que surgem no dia a dia. Hoje usamos o termo “eu empresa”, onde o encarregado de todas as operações é o próprio empreendedor.

Qual conselho você daria para alguém que está pensando em empreender?

Seja positivo. Tenha a mente aberta a novas oportunidades que surgem. Força de vontade e disciplina são indispensáveis. Muitos pensam “vou ser dono do meu próprio negócio’’, mas não conseguem enxergar o processo geral, em que se você não levantar cedo e não tiver muita força de vontade, você será apenas mais um que entrou no empreendedorismo e saiu frustrado porque pensava que assim iria ganhar mais e trabalhar menos. A realidade é bem diferente. Você precisa se esforçar muito mais do que apenas oito horas de trabalho na CLT. Você precisa pensar muito além de apenas estar ali pra quando surgir um cliente. Você vai precisar correr atrás dos clientes, correr atrás de novidades no seu ramo, estar antenado a tudo o que diz respeito ao seu nicho. E sim, você vai ter prejuízos. Vai precisar investir em mostruário, em marketing, vai quebrar a cabeça e achar que não vai conseguir. São situações normais na vida do empreendedor. Se um dia se sentir um nada, pare, respire, descanse um pouco, tome fôlego e volte renovado, com soluções e ações que vão melhorar o seu desempenho.

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Conteúdo jornalístico desenvolvido pelo curso de Comunicação Social da Uninassau João Pessoa