Grupo Cultural Iemanjá Dodê — espaço de acolhimento e resistência cultural
Criado em 2008 dentro de um templo de umbanda em Paratibe, bairro periférico de João Pessoa (PB), o Grupo Cultural Iemanjá Dodê é mais que um resgate de cultura de matriz africana. É também uma forma de lutar contra preconceitos, principalmente com a juventude negra e LGBTQI, que encontra no grupo um espaço de afetos, de reconhecimentos e, principalmente, de direitos.
“Aqui, os integrantes se reconhecem como sujeitos protagonistas. Quando nos apresentamos, não levamos somente nossa cultura, levamos também nossas raízes e nossas lutas contra um preconceito que é constante, pelo que somos, pelo lugar que ocupamos”, diz um dos coordenadores do grupo, o babalorixá Geraldo Marcelino de Oxóssi.
As apresentações são feitas em escolas e espaços públicos da cidade, com cantigas e danças culturais de temáticas afro-brasileira. Composto por mais de 30 integrantes, a ideia é romper com a visão “negativa” dos terreiros de umbanda, aproximando a comunidade nas lutas diárias do Iemanjá Dodê.
Em 2015, o grupo foi convidado pelo Ministério da Saúde para participar de dois eventos promovidos pelo governo federal: o 10º Congresso Nacional de HIV/Aids e o 3º Congresso Nacional de Hepatites Virais. As apresentações, que ocorreram no dia da Consciência Negra (20 de novembro), “representaram um marco para a cultura afro e para o grupo, que ganhou visibilidade e respeito”, relembra Geraldo.
Ano passado, o grupo foi convocado pelo Projeto Anima Centro, promovido pela Prefeitura de João Pessoa, apresentando um espetáculo que trazia um pouco dos traços do culto à Jurema sagrada, através de suas cantigas, suas vestimentas e suas danças.
Mais informações para apresentações: (83) 98712–5531.