Larissa Pereira fala sobre sua experiência no JN
Texto de Larissa Mendes e Richelly Vieira
A jornalista e apresentadora Larissa Pereira ficou nacionalmente conhecida após ter a oportunidade de representar a Paraíba nas comemorações dos 50 anos do Jornal Nacional, em novembro de 2019. Ao final do JN, uma fala da jornalista ficou como marca dessa passagem: “Nesta bancada eu sou muito mais do que a jornalista Larissa Pereira. Aqui eu sou Paraíba e me orgulho disso!”
Em entrevista ao projeto etcetera, Larissa Pereira conta um pouco dessa experiência.
Se você tivesse a oportunidade de apresentar o JN novamente, com quem você gostaria de dividir a bancada?
Seria maravilhoso repetir a parceria com o jornalista Matheus Ribeiro, de Goiás, com quem apresentei em 2019. Mas hoje ele não faz mais parte do time de Afiliadas Globo, o que inviabiliza nosso reencontro na bancada. Como a proposta é uma escala de plantão, seria uma honra compartilhar o JN com o grande nome desse telejornal, que é William Bonner.
Quais experiências profissionais você adquiriu depois de apresentar o JN?
Foram muitas. Apresentar um jornal de alcance nacional e ao vivo, reuniões de pauta com escritórios internacionais (Londres e Nova York), preparação, revisão dos textos e edição de reportagem de um telejornal nacional.
Quais foram os maiores desafios até a apresentação do jornal?
Eu acabava de assumir a bancada do JPB2, telejornal de maior audiência da Paraíba, substituindo uma profissional que estava à frente do jornal há 30 anos. Eu precisava me dedicar ao novo projeto e à preparação para o JN. Sem dúvida foi o maior desafio da minha carreira, me dedicar aos dois projetos.
Mudaria alguma coisa em você depois que viu sua apresentação?
Sim. A cada fim de uma edição de um telejornal, sempre faço minhas considerações sobre o que não repetir, sobre o que fazer melhor. No Jornal Nacional não foi diferente. Mas, de maneira geral, para a primeira experiência num novo estúdio, numa nova bancada, com uma dinâmica completamente diferente do JPB2, deu tudo certo.
Qual foi a sensação de representar a Paraíba?
Representar a Paraíba, na bancada do telejornal mais importante do país, foi o trabalho mais honroso que já desenvolvi na minha carreira. Nunca ousei sequer sonhar com uma realização tão grandiosa. Foi emocionante e inesquecível.
Como foi o processo de preparação até o dia da apresentação?
Já é parte da minha rotina, assistir ao Jornal Nacional todos os dias. Mas diante da confirmação de que seria eu a representante da Paraíba na bancada do JN, além de assistir diariamente ao telejornal, agora observando enquadramentos e posicionamentos, eu também passei a estudar o JN, lendo sobre o jornal, livros de edições comemorativas, para me familiarizar ainda mais com a linha editorial e com as rotinas jornalísticas da equipe. Paralelamente fiz um trabalho intenso de fonoaudiologia para afinar postura (em uma bancada em que o apresentador fica a maior parte do tempo sentado, o que não faço no JPB2, já que apresento em pé), o tom de voz também estudamos, e o sotaque, já que levei o meu para o JN, que já usava no JPB2.
Sente que ficou mais famosa depois do JN?
A palavra “famosa” para um jornalista é intrigante (risos). Eu diria que, sem dúvida, a visibilidade, essa sim, consolidou meu nome à frente do JPB2. Foi o ponto de virada para o público do telejornal local me acolher definitivamente, compreendendo que começava um novo ciclo, depois de 30 anos da longa e exitosa temporada Edilane Araújo. A minha cidade João Pessoa e o meu estado inteiro da Paraíba pararam para assistir. Isso foi mágico. Não há recompensa maior para um jornalista do que a confirmação de que o jornalismo profissional segue valorizado e respeitado. Foi um termômetro determinante de que estamos no caminho certo. Essa repercussão se refletiu nas minhas redes sociais, ganhei mais de 40 mil seguidores numa única noite, de várias partes de país e até fora do Brasil, brasileiros que assistem ao nosso jornalismo pela Globo Internacional. Recebi o carinho, via encomenda pelos correios, de um telespectador brasileiro que mora no Japão. É o salário moral. A prova de que o jornalismo segue vivo e valorizado, mesmo em tempos sombrios de fakenews.
Como foi conhecer William Bonner e Renata Vasconcellos, estar no maior telejornal do país?
Renata Vasconcellos estava de folga na semana da minha apresentação. No lugar dela estava Ana Paula Araújo, brilhante profissional, admirável apresentadora, que na época já ocupava a bancada do Bom Dia Brasil. Nos recebeu com muito carinho, educação e profissionalismo. William Bonner é um cavaleiro. Extremamente atencioso, profissional, com sensos crítico e de humor admiráveis. Toda a equipe nos recebeu com muita generosidade e respeito. Fomos muito bem acolhidos. Até festa de aniversário eu tive, em meio ao ritmo frenético das notícias daquela semana, numa redação quente. Foi a maior experiência profissional da minha carreira até aqui. Um grande capítulo para a história do jornalismo nacional e para o jornalismo da Paraíba.