Nostálgica, ‘Fate: A Saga Winx’ retoma sucesso de ‘Clube das Winxs’

Gerson Souza Cruz
E Outras Coisas
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3 min readFeb 12, 2021

Resenha crítica por Gerson Souza Cruz

Poster de ‘Fate: A Saga Winx’. Crédito: Netflix

A plataforma de streaming Netflix finalmente adicionou ao seu catálogo a série ‘Fate: A Saga Winx’, uma das produções mais aguardadas do ano. Baseada no desenho animado Clube das Winx (anos 2000), a história, contada em seis capítulos de aproximadamente 1 hora cada, é representada através do olhar da nossa protagonista, Bloom Peters, uma adolescente de 16 anos que, após um acidente em sua casa, é levada para o mundo das fadas para aprender a controlar e aperfeiçoar os seus poderes mágicos.

O enredo majoritariamente acontece nos arredores de Alfea, escola extraordinária do mundo das fadas. É lá que Bloom conhece suas novas companheiras de quarto: Terra, fada da terra; Musa, fada da mente; Aisha, fada da água; e Stella, fada da luz.

Consideradas como “Clube das Winx”, as personagens, entretanto, são extremamente estereotipadas pelo seriado: Bloom é uma garota diferente de todas as outras de sua idade, incompreendida pelos pais; Terra se sente desconfortável sobre o seu peso e corpo, e é a garota do grupo que sofre bullying, apesar de seu discurso empoderado; Musa é a introvertida que fica pelos cantos com seu fone de ouvido; Stella é uma princesa arrogante e logo é colocada como inimiga de Bloom; e Aisha é a nerd perfeita que nunca comete erros e sempre tem razão sobre as coisas.

Cena de ‘Fate: A Saga Winx’. Crédito: Netflix

Porém, de um outro ponto de vista, a série, que é voltada para o público jovem/adulto, traz certa nostalgia, visto que a narrativa se assemelha muito com as distopias de sucesso da década passada, destinadas ao mesmo público, com a fórmula básica da saga-do-herói de se escrever histórias. Ainda assim, a motivação da protagonista é tratada como algo superficial e superestimada na maior parte do tempo.

Apesar desses apontamentos, a trama é bem ágil. Paralelo aos principais acontecimentos, momentos clichês preenchem os minutos dos primeiros episódios, o que é aceitável visto que a produção, baseada em uma animação infantil, resolveu apostar em algo mais juvenil e brega devido ao público, apesar de todo o contexto da história ter grande potencial para um drama adulto e fantasioso.

O desenvolvimento das personagens para com seus poderes também é algo agradável, sendo muito bem colocado durante os episódios, principalmente nos dois últimos, quando a narrativa se torna capaz de prender o espectador por meio das cenas de ação e dos arcos das personagens, especialmente com a protagonista e suas motivações. O final também deixa grandes ganchos para uma segunda e promissora temporada (ainda não confirmada, porém, é provável que haja uma continuação devido ao grande sucesso da produção na plataforma de streaming).

Por fim, Fate: A Saga Winx é um bom entretenimento para quem procura algo mais leve e não se incomoda com detalhes técnicos, entregando um drama adolescente interessante e com cenas divertidas, emocionantes e de grande ação. A série está disponível na Netflix desde janeiro deste ano.

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Gerson Souza Cruz
E Outras Coisas

Jornalista em construção; cinéfilo metido a crítico