Pesquisadores da UFPB apoiam 297 indígenas venezuelanos na Paraíba

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2 min readJul 31, 2020
Crédito: Observatório Antropológico da UFPB

Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) estão apoiando 297 indígenas venezuelanos da etnia Warao na Paraíba, distribuídos em João Pessoa (191), Campina Grande (58), Patos (16) e Sousa (30). Segundo o 8º Boletim do Observatório Antropológico da federal paraibana, publicado no dia 15 de julho, 68 já testaram positivo para Covid-19.

Os indígenas Warao são considerados refugiados porque estão fora de seu país de origem, principalmente devido à crise econômica e política que se instalou na Venezuela. Segundo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), os indígenas Warao, assim como de outras etnias, saíram da Venezuela e chegaram ao Brasil em situação de extrema vulnerabilidade.

“Povos originários são considerados grupo de risco porque têm perfil imunológico mais frágil. Essa condição afeta, principalmente, os indígenas que vivem em contexto urbano, porque não existe um atendimento de saúde específico para esse grupo social”, afirma o pesquisador Jamerson Lucena, do Grupo de Estudos em Território e Identidade (GETI) da UFPB, que integra a força-tarefa de apoio.

Entraves

Um dos principais entraves para adquirir benefícios como o auxílio emergencial é a documentação dos indígenas, pois muitos deles só possuem um documento intitulado “Protocolo de refugiado”. Contudo, há vários casos de extravio durante a travessia da Venezuela para o Brasil.

“Apesar de algumas famílias receberem auxílio emergencial, nem todos recebem por causa da ausência de documentação brasileira, por ser menor de idade (só recebem maiores de 18 anos). Além disso, só podem receber no máximo duas pessoas por família. Essas regras do governo federal dificultam a vida de famílias que têm, por exemplo, cinco ou mais crianças e anciãos”, diz Jamerson.

Levantamento da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), tendo como referência dados de maio deste ano, indica que existem, no Brasil, 4.981 indígenas venezuelanos pertencentes às etnias Warao (66%), Pemon (30%), Eñepa (3%) e Kariña (1%). A maior parte desses indígenas vive na região Norte. Contudo, muitos da etnia Warao estão presentes em 16 unidades federativas brasileiras.

Ajuda

É possível ajudar os indígenas Warao por meio da doação de alimentos, utensílios domésticos e roupas. Com relação a alimentos, não consomem, por exemplo, feijão, grão bastante comum nas dietas brasileiras. Mas comem frango, peixe tambaqui, macaxeira, farinha de trigo, fubá de milho, leite, arroz, banana, pão, ovos, entre outros alimentos.

Confira, abaixo, alguns contatos para ajudar os indígenas Warao na Paraíba:

Funai em João Pessoa: (83) 98858.9005

Centro Social Arquidiocesano São José: (83) 99927.5927 e (83) 3041.8433

Assessora Jurídica do Serviço Pastoral dos Migrantes Nordeste: (83) 98635.1494

Rede Povos da Terra em Campina Grande: (83) 98704.3262

*Com Ascom/UFPB

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Conteúdo jornalístico desenvolvido pelo curso de Comunicação Social da Uninassau João Pessoa