Suporte e apoio emocional a pessoas com autismo

Projeto Etcetera
E Outras Coisas
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4 min readMay 27, 2023

Reportagem de Daylson Elder

O termo “autismo leve” é utilizado para descrever indivíduos que apresentam características do transtorno do espectro autista (TEA) de forma menos severa. Enquanto pessoas com autismo moderado ou severo enfrentam desafios significativos nas áreas de interação social, comunicação e comportamento repetitivo, aqueles com autismo leve experienciam dificuldades em menor intensidade.

Indivíduos com autismo leve podem enfrentar certas dificuldades na compreensão de sutilezas nas interações sociais e podem demonstrar interesses restritos e comportamentos repetitivos.

Cada pessoa no espectro autista possui uma combinação única de habilidades e desafios. O suporte adequado e intervenções personalizadas são essenciais para auxiliar cada indivíduo a alcançar seu potencial máximo.

1. AUTISMO LEVE: UMA JORNADA ÚNICA

O autismo leve é caracterizado por dificuldades na interação social, padrões restritos e repetitivos de comportamento e interesses específicos. Embora essas características possam representar desafios, é importante reconhecer que as pessoas com autismo leve também possuem habilidades e talentos valiosos. Elas geralmente têm um QI normal ou acima da média e podem se destacar em áreas específicas, como matemática, ciências, tecnologia ou artes.

Podemos fazer tudo como qualquer outra pessoa. Infelizmente quando chegamos a determinados ambientes, ou faculdade, trabalho, por exemplo, as pessoas olham pra gente desconfiadas, achando que não vamos conseguir realizar determinada função ou atividade”, ressalta David, 37 anos, funcionário do NAC ( Núcleo de Arte e Cultura),na cidade de Santa Rita, região metropolitana de João Pessoa.

2. DESAFIOS ESPECÍFICOS DO AUTISMO LEVE

Interação Social:

As pessoas com autismo leve geralmente têm dificuldade em compreender e interpretar pistas sociais, como linguagem corporal e expressões faciais sutis. A sensibilidade sensorial também é comum, o que pode tornar certos ambientes sociais desafiadores. A necessidade de solidão e a preferência por rotinas podem levar ao isolamento voluntário.

Comunicação e Empatia:

Embora as pessoas com autismo leve tenham um bom domínio da linguagem verbal, elas podem enfrentar dificuldades na comunicação interpessoal. A expressão de emoções e a compreensão das emoções dos outros podem ser desafios significativos.

Flexibilidade e mudança:

A preferência por rotinas e a resistência a alterações podem tornar a adaptação a novas situações e a lidar com imprevistos um desafio. Essa rigidez também pode impactar a capacidade de resolver problemas de forma flexível e criativa.

3. COMPREENDENDO E APOIANDO O AUTISMO LEVE

Sensibilização e Educação:

É essencial que a sociedade como um todo esteja mais bem informada sobre o autismo leve e suas características. Programas de sensibilização e educação nas escolas, empresas e comunidades podem ajudar a aumentar a compreensão e a aceitação da diversidade do espectro autista. O conhecimento sobre o autismo leve pode ajudar a evitar estereótipos e estigmas, promovendo a inclusão e a valorização das habilidades únicas dessas pessoas.

Suporte e acomodações:

Oferecer suporte adequado e adaptar os ambientes é essencial para ajudar as pessoas com autismo leve a enfrentar os desafios do dia a dia. Algumas medidas incluem:

Ambientes inclusivos: Criar ambientes que sejam acolhedores e adaptados às necessidades das pessoas com autismo leve. Isso pode envolver a redução de estímulos sensoriais excessivos, o fornecimento de espaços tranquilos para descanso e a implementação de estratégias de comunicação claras. Um ótimo exemplo disso é o Cinema Cinesercla no Shopping Tambiá: estão realizando seções adaptadas para autistas. Durante a exibição do filme a iluminação não é totalmente reduzida e o som é diminuído.

Programas de treinamento: Proporcionar treinamento específico para profissionais que trabalham com pessoas com autismo leve, como educadores, terapeutas e profissionais de saúde. Isso ajudará a aumentar a compreensão das necessidades desses indivíduos e a fornecer suporte adequado.

Terapias e intervenções: Oferecer terapias e intervenções especializadas, como terapia ocupacional, terapia da fala e treinamento social. Essas abordagens podem ajudar a desenvolver habilidades sociais, comunicação e flexibilidade cognitiva, permitindo uma melhor adaptação às demandas da vida cotidiana.

Apoio emocional: Disponibilizar serviços de apoio emocional e psicológico para auxiliar as pessoas com autismo leve a lidar com ansiedade, estresse e dificuldades emocionais. Esses serviços podem ser fornecidos por meio de aconselhamento individual ou em grupo.

Inclusão social: Promover a inclusão social por meio da criação de oportunidades de interação e participação em atividades sociais. Isso pode ser realizado por meio de grupos de apoio, clubes ou programas comunitários que incentivem a conexão e a participação ativa.

4. CELEBRANDO AS HABILIDADES DO AUTISMO LEVE

Embora o autismo leve traga desafios, é importante destacar as habilidades e talentos únicos dessas pessoas. Muitos indivíduos com autismo leve são extremamente dedicados, têm uma atenção especial aos detalhes e possuem uma capacidade de concentração excepcional em suas áreas de interesse. Essas habilidades podem ser valorizadas e exploradas em diversos campos, como ciências, tecnologia, artes e muitos outros.

Ao compreendermos e apoiarmos a diversidade do autismo leve, estaremos promovendo uma sociedade mais inclusiva, onde todas as pessoas tenham a oportunidade de alcançar seu pleno potencial. Com empatia, educação e medidas de suporte adequadas, podemos ajudar a criar um ambiente que valoriza as habilidades e contribuições das pessoas com autismo leve, permitindo que elas sejam participantes ativas e realizem suas aspirações pessoais e profissionais.

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Conteúdo jornalístico desenvolvido pelo curso de Comunicação Social da Uninassau João Pessoa