Vida de artista para além dos palcos: Entrevista com o ator Aluísio Souza

Projeto Etcetera
E Outras Coisas
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3 min readJul 2, 2020

Reportagem de Thi Thialisson

2020 chegou com muitas expectativas para a Trupe de Humor da Paraíba, que encena o espetáculo Pastoril Profano, em João Pessoa. Mas a pandemia do novo coronavírus pegou todo mundo de surpresa. Para o ator Aluísio Souza, que interpreta a personagem Verônica Show, não foi diferente. Em entrevista ao projeto Etcetera, ele conta um pouco como sua rotina mudou durante a pandemia e também dá dicas para quem quer começar uma carreira nos palcos teatrais.

Crédito: Divulgação

Você deu um nome bem singelo a sua personagem, “Verônica Show”. Alguma inspiração para este nome?

Na verdade quem me deu o nome de Verônica Show foi a Verinha Show (também do Pastoril Profano). No início, tudo começou com ela me convidando para ser a filha dela e ela me maquiou e a gente ficou idêntica uma com a outra. Aí ela disse: “Pronto, você vai se chamar Verônica Show”. E ficou.

Em tempos de pandemia como fica a harmonia da Companhia Paraibana de Comédia? Vem espetáculo novo?

A gente conversa quando pode. A gente tá sempre em contato, tem um grupo no Whatsapp, procurando saber como um está. A gente está se comunicando através das redes sociais, Instagram, essas coisas. Por enquanto não estamos pensando em um novo espetáculo, a gente pensa sim em ter espetáculo novo mas ainda não tem o martelo batido.

Como você está lidando com a saudade dos fãs?

Os fãs são fieis né. Como a gente tá com Instagram, cada personagem tem o seu, e tem o próprio da Companhia. Assim a gente sempre está mantendo contato com eles, fazendo vídeos individuais para que eles não esqueçam o grupo. E também tenha certeza que a gente também não se esquece deles.

A comédia é sempre o caminho mais ágil para começar no teatro?

Não. Quem pensa que fazer humor é a coisa mais fácil que tem no teatro, está mentindo, porque realmente não conhece. Fazer humor não é para todo mundo, as pessoas pensam que é só colocar uma saia, uma peruca e fazer graça. O humor é um dom de alegrar as pessoas e contar uma piada, não é para todo mundo porque se não fica aquela coisa sem graça, forçada que você percebe que não é natural.

Como você se descobriu artista de comédia?

Não, na verdade eu não me descobri, me descobriram. Eu sempre fiz palhaçada, eu sempre gostei de brincar com os meninos aqui na rua. Na família, quem era o palhaço era eu. As pessoas sempre diziam: “Você dá pra fazer comedia”. Eu nunca levei a sério, então com 11 anos entrei para a Companhia Soluar e comecei a estudar teatro. Foi quando começou a cair a ficha que isso me fazia bem e que fazia bem a outras pessoas. Aqui estou até hoje.

A vida de artista não é fácil assim como qualquer outra profissão. O que você diria para uma pessoa que quer começar na carreira?

Eu digo que estude e assista bastante espetáculos de comédia. No teatro, busque referências e acompanhe o pessoal da comédia. Não imite, mas sim se identifique com essa galera. Assim você começa a colocar seu lado artístico para fora.

No começo imagino que não foi flores para você e para qualquer membro do grupo. Agora com essa pandemia da Covid-19, a crise financeira abalando todos de forma assustadora. Como vocês tem enfrentado esse obstáculo?

Bem, eu falo por mim. Antes dessa pandemia eu saía todo final de semana, tinha bastantes eventos, tinha espetáculos durante o final de semana. Durante a semana, eu fazia divulgações de lojas, era daí que eu tirava meu sustento. Meu tempo era corrido e com a pandemia tudo fechado, ninguém está fazendo eventos. Então usei a criatividade e o nome que fiz, uso o meu Instagram para divulgar lojas, mais graças a Deus ainda tenho meus patrocinadores me ajudando.

Crédito: Rodrigo Fernandes (divulgação)

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Conteúdo jornalístico desenvolvido pelo curso de Comunicação Social da Uninassau João Pessoa