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Magno De Santana
3 min readDec 2, 2019

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“O mundo dos negócios está imerso em pilhas de documentos burocráticos que só servem para fazer as pessoas perderem tempo. São relatórios que ninguém lê, gráficos que ninguém estuda, e especificações que nunca lembram o produto acabado.” — Jason Fried, David Heinemeier Hansson

“Vai entregar no prazo?”

“Quantos por cento já entregamos?”

São as perguntas que costumamos ouvir quando estamos envolvidos no desenvolvimento de produtos.

No primeiro momento parecem ser perguntas inofensivas, mas ao observar os comportamentos das pessoas, podemos entendê-las como incentivos ao foco na entrega de funcionalidades e não de valor.

Em cenários como este é comum observar muito tempo e dinheiro sendo gastos sem expectativas de impacto significativo sobre a estratégia da empresa ou as necessidades dos consumidores.

Quando questionadas sobre a não entrega, as equipes encontram maneiras de justificar os maus resultados com “só precisamos de mais tempo” ou “da nossa parte está tudo ok, só falta…”, adiando qualquer decisão para entrega de valor e onerando ainda mais o orçamento da empresa.

Observando algumas organizações neste cenário, identificamos alguns problemas comuns:

Custo alto de coordenação: e-mails intermináveis, prazos estourados, reuniões para marcar reuniões, ou seja, passamos maior parte do tempo trabalhando para justificar a não entrega do que de fato trabalhando para entregar.

Falta de aprendizado: como o foco é entregar coisas em um prazo determinado, as pessoas não sabem qual problema estão tentando resolver e qual o impacto para o negócio, gerando uma visão míope de propósito e consequentemente times reativos (esperam sempre decisões dos seus superiores).

ROI ausente: sensação de completude com base em atividades concluídas e não em entregas de valor para os clientes. Sem valor entregue não há ROI.

Produto estocado: funcionalidades construídas não estão em produção. Não há uso, sem uso não há feedback, sem feedback não sabemos se estamos no caminho certo.

E se a eficiência do time não fosse um problema? Se tivéssemos o melhor time do mundo, estaríamos entregando valor para o cliente? Há apenas uma forma de validar isso: entregando e coletando feedback em ciclos curtos.

“O uso define o produto” — Rafael Sabbagh

Seguindo esse raciocínio, fica claro que o problema não está na eficiência do time e sim na eficácia das suas entregas. Entregar algo de valor e impacto para o consumidor, de forma que ele utilize o produto e consiga dar feedbacks sobre o quão próximo ou distante estamos de resolver seus problemas.

“Love the problem, not the solution” — Ash Maurya

Compreenda o problema que está tentando resolver: o que é, quem sente, quando acontece. Não se perca em soluções maravilhosas de problemas que ninguém vive.

Conhecendo o problema profundamente, pense em uma solução simples e rápida, que não precisa atender todos os critérios, apenas a causa raiz do problema.

Pode até ser uma solução temporária mas teste o uso com o consumidor e peça feedback. Meça o progresso com base no valor entregue.

“Sucesso não é marcar uma caixinha
Sucesso é ter impacto.
Se você completa todas as tarefas e nada melhora, isso
não é sucesso.”
@cwodtke

O que 90% de algo que não funciona significa? NADA, absolutamente NADA. A saída é focar em algo tangível, que gere impacto nos negócios e na vida dos clientes.

Conclusão

Experimente colocar em prática esse conjunto de ideias e com- partilhe os seus resultados. Ficarei muito feliz em receber feedbacks sobre as ideias compartilhadas até aqui. Meu e-mail é magno@k21.com.br.

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