a exaustão pela rigidez em cuidar de si.

Meus sentimentos ficaram tanto tempo parados que enferrujaram,

pediram arrego e cansaram.

Onde estão? Onde os deixei?

Sinto que os guardei numa caixa pequenina, coloquei no fundo de um armário e aparentemente não mais os vi,

nem fui atrás de saber como estavam.

Devem estar de mudança,

querendo descobrir o mundo sem sequer descobrir a si.

Ao mesmo tempo que me fogem, eles estão aqui,

sendo racionalizados à exaustão por mim.

Analisados, dissecados, colocados sobre uma lente de aumento para que não se explodam de dentro da caixa.

É a constante vigilância da minha essência e seus devaneios.

Mas se eu sou feita de sentir,

se meus poemas dizem que sou feita de sentir,

se meu coração diz que sou feita de sentir,

porque fiz do meu sentir minha prisão?

A liberdade, então, é retirar de mim a falsa leveza do ser através da racionalização.

Quem imaginou que depois de tanto tempo querendo tomar controle de mim

o que eu realmente preciso agora é

deixar

ser.

deixar

sentir.

perder. controle. de. mim.