movimento-processo-crescimento-aceitação
bebia um gole de vinho barato enquanto olhava o movimento que tomava a rua dando vida – e cor e barulho e essência – ao espaço
essa simples observação a fazia pensar em que histórias ouviria se descesse da janela, cutucasse o ombro de alguém que passava e pedisse:
o que você me contaria se tivesse que me contar algo realmente relevante sobre quem você é/está bem aqui/agora?
seria mais difícil que pedir uns trocados, é verdade. preciso confessar que nem sei o que eu, por mim mesma, num susto, contaria
haveria coragem o suficiente em alguém para expor algum processo interno/externo de relevância?
pensando que talvez chovessem histórias clichês sobre conquista e meritocracia da mais medíocre, percebeu que nem lhe interessaria ouvir sobre as linhas de chegada
as histórias que movimentam pessoas que movimentam a rua são, sobretudo, movimento.
e movimento é processo e não ponto final.
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venho pensando muito intensamente sobre como a graça da vida é o caminho. entre o equilibrio e o desequilibrio.
(imagem da artista Laura Berger)