Beatriz Klein
Epifanias de Saturno
2 min readJun 21, 2018

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equilíbrios e desencontros com meu ser

@manuellasecco

Eu fiz as pazes com meu Caos.

Ou, melhor dizendo, faço. Constantemente. As vezes ele fica maior e forte. Nessas vezes, ele toma forma de mim, me preenche. Invade. Enfraquece. Só faz as pazes comigo quando paro para ouvir o que ele tem gritado para mim.

Demora. Ficar bem com ele. Dá trabalho, requer energia. Desgasta. É nesse tempo que ele me acolhe, abraça e respira aliviado. Finalmente o ouvi.

Então, ele conta histórias sobre mim, sobre ele, sobre quem somos.

O Caos, diz ele, é uma força geradora de universos, que traz vazios e imensidões, representando a indefinição e desorganização. Junto a ele, contudo, em meio a esses negativos, há a capacidade intrínseca de gerar algo bom, de trazer a força para que haja ordem.

Ele me mostra, aos poucos, minhas sombras. Revela o que há dele em mim. E, abraçando minha confusão, diz com todas as palavras que sou força.

Eu faço as pazes com meu caos. Ouço ele, recalculo minha rota. Reencaixo ele, em seu lugar. Viver com o caos não é fácil. Não é belo, nem romântico. Viver com suas sombras não é, também, sinônimo de luta constante. É saber respirar, falar para si que quem manda em você, é você.

Instabilidades me lembram que sou tão forte, tão poderosa e caótica, que só resta me amar. Só resta me conhecer, descobrir o que tenho em mim e dizer: sou capaz, sou luz, sou força, sou caos e sou amor. Abraço o caos. Ele é parte de mim, assim como sou dele.

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