Ana Clara Duarte
eraumavezumatleta
Published in
3 min readApr 1, 2017

--

Amor pelas piscinas… e pelo Flamengo!

Imagina só: alguém te fala agora que trabalhou por vinte anos em um emprego e já está há oito em outro. Ao todo, 28 anos. E aí, te pedem para chutar a idade dessa pessoa. Quantos anos você daria para ela? Esse é o resumo da história da ex-nadadora Mariana Brochado, 32 anos. Isso mesmo TRINTA E DOIS.

Vamos por partes. Aos quatro anos, ela começou a dar as primeiras braçadas, no Clube de Regatas do Flamengo, seu time do coração. Quando tinha apenas sete anos, disputou sua primeira competição e só foi parar aos 24. Durante esses vinte anos dedicados à natação, Mari Brochado, conquistou grandes feitos.

Mariana Brochado foi finalista nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008 (Arquivo Pessoal)

Especialista na prova de 200 metros nado livre, a carioca tem títulos sul-americanos na prova (2002), alcançou a semifinal do Campeonato Mundial de 2003 e nesse mesmo ano conquistou duas medalhas nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, bronze no individual e prata no 4x200m livre. Mas foi nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, que Mariana Brochado fez história ao ajudar a equipe brasileira a conseguir a vaga inédita para a final do revezamento 4x200m livre.

Só que no ciclo olímpico seguinte, as coisas não saíram como planejado. “Até 2006 estava nadando bem, 2007 não saiu dentro do que esperava quando perdi minha vaga para o Pan do Rio na última seletiva e 2008 não consegui o índice para Pequim. Depois de passar por dois anos longe do que tinha em mente, além da falta de investimento dos clubes cariocas na época, em que teria que sair do Rio se quisesse continuar nadando e o fato de faltar um ano e meio para me formar em direito, coloquei tudo na balança e achei que estava na hora de pendurar o maiô”.

Mari e as medalhas pan-americanas (Arquivo Pessoal)

A decisão não foi tomada por impulso. Pelo contrário. Mariana nunca deixou os estudos de lado, mesmo com a rotina pesada de treinos. Quando decidiu se aposentar das piscinas, faltava pouco para conseguir o diploma de advogada. “Meu dia começava as 6hs e terminava por volta da meia noite. Era puxado, mas sabia que tinha que pensar e cuidar do meu futuro também, e não apenas do presente”. Mari conta que não se arrepende de nada. Nem mesmo ter rejeitado a proposta de grandes clubes para treinar, pelo desejo de ter a trajetória escrita apenas em um único lugar: seu clube do coração, o Flamengo.

Afastada das piscinas e com diploma de direito na mão, Mariana Brochado foi parar em um canal de televisão. Onde segue até hoje, oito anos depois. “O SporTV surgiu com um projeto novo, no início de 2009, em ter ex-atletas como comentaristas do canal dando uma outra visão, um outro ponto de vista nas transmissões. Foi assim que entrei no canal, apenas como comentarista, em março de 2009. Em agosto, setembro do mesmo ano, me perguntaram se também não teria vontade de ficar na produção dos esportes aquáticos do canal, já que tinha conhecimento, contatos e poderia ajudar ainda mais. Encarei o desafio e já estou há 8 anos nessa dupla função”.

Nem tão longe assim das piscinas: Mari continua como comentarista e produtora em um canal de TV (Arquivo Pessoal)

Mari está realizada na jornada, nem tão nova assim, em que pode continuar contribuindo para o esporte e contando histórias de atletas que passam por muitas coisas que ela também já enfrentou. Planos para o futuro? “Tento não fazer muitos planos. Gosto de viver o agora. Acho que minha vida sempre foi bem encaminhada, tomando os rumos certos e já conquistei bastante coisa até hoje. Vamos ver o que a vida me reserva daqui pra frente”.

--

--