Defendendo decisões de design
Olá, meu nome é Giseli, sou Designer de Produtos no Escala e gostaria de compartilhar algumas dicas rápidas e reflexões sobre defender as soluções em relação a design.
E quando digo ‘defender’, não quero dizer ‘se apegar a uma solução como a única possível e inquestionável’, mas ter como debater sobre o que você pensou e construiu de modo que as outras pessoas possam entender suas motivações e escolhas.
É claro que não é confortável ser confrontado ou colocado contra a parede em uma reunião com stakeholders, mas é necessário aprender a lidar com essas situações de forma racional.
Se você se apavora ou leva para o lado pessoal quando te questionam sobre uma decisão, talvez ela realmente esteja muito baseada em suas opiniões e crenças particulares, o que de fato vai gerar questionamentos, já que essas outras pessoas não fizeram os mesmos processos que você, estão tendo contato com a solução pela primeira vez ou, só estão vendo o problema por outro ângulo.
“Mas como fazer as pessoas entenderem que essa ‘é a melhor solução’?
Primeiro, deixemos o ego de lado.
O que vai fazer com que sua solução possa ser melhor aceita, é construí-la com embasamento. É ir além do que é considerado bonito ou mais atraente, repensar o “sempre foi assim”. — Se tratando de produtos digitais, a estética importa sim, mas de nada adianta ser bonito, se não for funcional.
Para defender um ponto, em qualquer âmbito da vida, você precisa de argumentos e nada te dá mais poder de argumentação senão dados e fundamentos técnicos.
Não vou entrar no detalhe de pesquisa nesse momento, mas é justamente a vasta busca por informações e dados que te dará repertório para solucionar um eventual problema.
Aqui vão alguns questionamentos para se fazer ao estruturar uma solução:
1- Qual era o problema?
Certifique-se de explorar todos os cenários possíveis para entender o que de fato precisava ser solucionado.
2- Quem vai usar essa solução?
É muito importante ter mapeado quem são as pessoas para quem você vai construir, principalmente para poder realizar as pesquisas e testes.
3- Quais processos faz sentido utilizar nesse cenário?
As vezes é preciso fugir das receitas de bolo e passar a focar no contexto para saber quais processos e ferramentas fazem mais sentido em cada caso.
4- Existem informações quantitativas que mostram o tamanho desse problema?
Números podem ajudar a medir e visualizar melhor, tanto para identificar o tamanho do problema, quanto para fazer um comparativo com os resultados de uma entrega e com isso, falar na mesma língua dos stakeholders.
5- Eu deixo aberta a possibilidade de fazer ajustes ou repensar minha solução se me trouxerem informações que eu não tinha mapeado?
É necessário ter a humildade de entender que sua solução pode ser melhorada e a contribuição de outras pessoas pode tornar tudo ainda mais eficiente. Aqui cabe também as trocas com outros times e validações técnicas.
6- Quem chegar depois vai entender como essa solução foi construída?
Documentação nunca é demais e é com ela que tanto você quanto outras pessoas poderão analisar a solução de forma detalhada.
São dicas rápidas, mas garanto que podem servir como guia para amadurecer a qualidade das suas entregas e te dar mais autoridade ao entregar uma solução que precisa ser defendida.