A democratização da mídia & o preço que se paga

Letícia Porfírio
Escala Cinza
Published in
2 min readAug 11, 2022

Se formos pensar, alguns anos atrás a população de massa não tinha voz nas mídias: tudo era concentrado na mão de jornalistas e publicitários que trabalhavam nos meios de comunicação. O fenômeno da internet foi, de certa forma, uma democratização.

Hoje em dia, um pequeno empreendedor pode fazer seus próprios anúncios de mídia usando Google Ads ou Facebook Ads. Qualquer pessoa pode divulgar seus produtos/serviços nas redes sociais, podendo alcançar diversas pessoas. Essa realidade é boa e ruim, ao mesmo tempo.

Boa? Sim, é ótimo saber que existe espaço para crescimento e que muitas vezes não precisa de um investimento alto e/ou pouco segmentado (como acabam sendo os anúncios de televisão e rádio). Também se não se depende apenas do conhecimento da vizinhança ou de indicações.

Ruim? Aqui eu queria trazer dois pontos de vista:

  1. O do vendedor que se vê em um cenário competitivo, uma vez que todos podem anunciar os próprios produtos. A democratização não é mais um diferencial;
  2. O do profissional de comunicação e marketing que sofre desvalorização por parte de quem não tem total compreensão de seu trabalho. Quando há democratização das ferramentas de trabalho de um comunicador, muitas pessoas leigas acreditam poder fazer igual ou melhor que um profissional;

O mais curioso desses pontos de vista é que eles estão interligados. Quando há um cenário competitivo no mercado, uma das soluções é contar com uma equipe completa (produção, desenvolvimento, pesquisa, comunicação, etc) e preparada. Profissionais da comunicação vão conseguir criar estratégias e tomar decisões para que a divulgação ocorra de uma forma mais efetiva. Com esses resultados gerados, é muito provável que o empreendedor compreenda e valorize o trabalho do comunicador.

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