Em um futuro distópico, onde as telas físicas não existem

Douglas Goncalves
EscaleLABS
Published in
3 min readAug 7, 2017

Você já assistiu Wall-E, da Disney? É um filme sobre um robô inteligente incumbido de limpar o lixo da terra, já deixada pelos seres-humanos. Quando eu assisti, minha mente explodiu, porque comecei a imaginar do cenário uma previsão de nós mesmos como sociedade. Razão disso acontece por estarmos cada vez mais perto de criar uma máquina inteligente, e uma das consequências é a de que não vai existir mais trabalho para fazer — entre outros cenários um pouco mais pessimistas. O fundamento por trás dessa previsão é que os robôs não vão exatamente “roubar” nossos trabalhos, mas fazer o que fazemos hoje sem pedir nada em troca, o que tornaria o conceito de trabalho defasado.

Mas um dos pontos que mais me chamou atenção no filme, é como os seres-humanos fazem para viver: ficam sentados em suas cadeiras, absorvidos por uma realidade paralela que eles mesmos construíram.

A propósito, se alguém consegue fazer uma cara de gênio do mal, é o Mark Zuckerberg nessa foto

Essa introdução serve para embasar o meu ponto: é um filme da Disney, mas raios… o avanço em direção à inteligência artificial é nítido. A realidade virtual é cada dia mais constante na nossa vida. É uma conta de soma. Minha aposta é que não vamos estar alienados vivendo num mundo que não é nosso, mas que as interfaces vão mudar de maneira drástica, e as pessoas que estudarem formas de melhorar a experiência do usuário nessas plataformas, vão estar na frente.

A criação de interfaces visuais hoje fica restrita ao sistema operacional mais popular. Eu faço um sites pensando majoritariamente no Chrome, do Windows e no Android. Para desktop, penso em telas de notebook, primeiramente, antes de pensar no monitor 1920x1080. Raramente, algum designer tem a sorte de projetar para smartwatchs, ou para smart-tvs, mas acontece. Vai chegar a hora em que a nossa inteligência vai ser direcionada à plataformas que hoje nem podemos imaginar. Qual a interface de um site que só existe num domínio que pode ser acessado apenas por realidade virtual?

Existem os primeiros passos, e tem gente fazendo coisas interessantes para ultrapassar os limites desktop/mobile. Ex.: abaixo, vemos imagens de um aplicativo chamado snowball que visa encurtar a interação do usuário com com seu aplicativo através de push notifications.

O comportamento do usuário muda muito rápido: por dia, cada usuário de Android recebe cerca de 60 notificações, e a riqueza dessas notificações estão acompanhando seu crescimento de uso, ao ponto que, num cenário imaginário, talvez exista uma plataforma onde nossa comunicação com todos os aplicativos sejam através de push notifications. É difícil imaginar uma plataforma que comporte esse conceito, imagine então uma interface condizente?

Pior ainda: se no futuro não houver necessidade alguma de interfaces? Um jogador de Minecraft criou por duas semanas uma cópia 1:1 da Grã-Betanha. O próprio usuário fez uso das ferramentas que a plataforma lhe proporcionou e criou uma ilha. Qual o papel do designer de experiência quando o usuário resolver criar um mundo só para ele?

Minha dica, hoje, é se entrosar muito com qualquer coisa que represente o futuro da comunicação usuário ~ máquina. Tento manter a leitura afiada sobre machine learning, chatbots, realidade virtual e inteligência artificial, na medida em que elas vão se tornando realidade. Recomendo a todos!

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