Abrindo a caixa-preta #1 — “Histórias de horror e mistério”, de Arthur Conan Doyle
Um ano de Escotilha e muitas histórias para contar. Parte das comemorações será relembrar as caixas-pretas enviadas aos assinantes do clube, com livros em edição especial e limitada, títulos escondidos, tesouros literários divertidíssimos e muito mais! Hoje, vamos falar da caixa-preta #1, enviada em abril de 2019.
Arthur Conan Doyle “brinca” com o nosso imaginário há séculos — e é impressionante como ele consegue fazer isso mesmo após tantos anos sendo lido, por leitores tão diferentes. Mas e se fosse possível lê-lo sob outro prisma? Mantendo o seu estilo tão preciso, de um verdadeiro sir, mas também de um jeito que nos leve a experimentar mais de seu potencial? Essa foi a proposta da primeira edição do clube, e escolher uma obra que pudesse representar a Escotilha não foi tarefa fácil. No entanto, encontramos em Doyle e em suas Histórias de horror e mistério fortes candidatos.
A ficção especulativa, como o próprio nome diz, traz consigo essa beleza de especular, de levantar hipóteses e de ir além do ordinário. Escolher o livro de Doyle marca todas essas caixas e nos põe diante do desafio de tomar conhecimento daquilo com o que não estamos acostumados. Para a primeira edição, isso foi visto tanto no sentido macro — para onde essas histórias nos levam — quanto no micro — a própria mudança de paradigma ao ler uma obra “diferentona” de Doyle (que, apesar de muitos não saberem, vai além desse compilado de histórias).
O livro – “Histórias de horror e mistério”
Do horror nas alturas, bravamente enfrentado por um aviador em seu monoplano, a um trem misteriosamente desaparecido entre duas estações, passando por técnicas de tortura com água do século 17 e um gato brasileiro sedento de sangue, Histórias de horror e mistério traz 12 contos curtos e muito bem urdidos, de leitura hipnotizante e magistralmente escritos por Sir Arthur Conan Doyle.
Embora consagrado por suas icônicas personagens e histórias de detetive, como Sherlock Holmes, o autor também brilha fora desse ciclo, e esse livro de ecléticas e cativantes peças, há muito tempo escondidas e permeadas pelo desconforto reprimido, une o estilo elegante e preciso de Doyle a seu melhor momento criativo.
Ilustrado com gravuras antigas, da época das histórias, e em capa dura, o livro foi impresso em papel Pólen Soft com cores neon na capa e no miolo, além de fitilho. A tradução ficou por conta de Maria Luíza X. de A. Borges, que já traduziu diversos livros de Conan Doyle e é vencedora do prêmio Jabuti de Melhor Tradução por Alice no país das maravilhas (Zahar).
A revista — Dois convidados e muito horror para contar
Na Revista ESC, dois convidados nos ajudaram nessa primeira viagem. Oscar Nestarez, pesquisador e autor de livros de horror, como anfitrião, nos conduziu pela potência do(s) horror(es) apresentado(s) por Doyle. Já Duda Menezes, que leu todas as histórias de detetive do escocês, nos apresentou a sua experiência ao ter contato com uma outra visão da obra de Doyle. Além disso, a revista trouxe uma apresentação de O castelo de Otranto, clássico (que ganhou uma nova edição pela Escotilha) considerado o ponto de partida para toda essa tal história de terror gótico.
O tesouro — O caderno esquecido de Joyce-Armstrong (bônus: “O castelo de Otranto”)
Tesouros são os brindes enviados aos assinantes — assim chamados porque guardam relação direta com as histórias ou com a ficção especulativa como um todo. O da caixa #1 foi uma caderneta que, na verdade, é o próprio caderno de um dos personagens do primeiro conto do livro, o aviador Joyce-Armstrong.
A história gira em torno dele, que registra suas aventuras misteriosas e, de certa maneira, macabras nesse caderno, encontrado em péssimas condições, com partes faltando. É graças ao caderno que conhecemos a história de “O horror nas alturas”. A ideia foi dar um gostinho da exploração ao assinante, que recebe uma réplica com o texto integral deixado pelo explorador, além de algumas páginas em branco para usar como quiser.
Mas não poderíamos deixar de presentear quem apoiou a Escotilha desde o início com um tesouro extra. Trata-se de um exemplar do livro O castelo de Otranto, em nova edição com tradução inédita de Oscar Nestarez, um estudioso do gênero. O livro seria comercializado nas livrarias — está disponível aqui — alguns meses depois, mas os assinantes o receberam em primeira mão e gratuitamente.
O livro conta a história do principado de Otranto, governado pela família de Manfredo, herdeiro do título de príncipe e também de uma profecia. E, por causa disso, obcecado com sua linhagem — a única maneira de manter seu poderio. No entanto, às vésperas de concretizar o casamento de seu filho, estranhos fenômenos passam a assolar o castelo, culminando num terror sem fim.
Um clássico não se torna clássico à toa. E O castelo de Otranto é prova disso. Com a obra, nasce o pilar do gótico, do sobrenatural e do horror. Fielmente traduzida, a edição conta com extras como nota da editora, introdução do editor clássico e prefácios para a primeira e segunda edições.
E aí, o que achou dessa caixa? Se ficou interessado e perdeu a edição original, saiba que chegou a #fbfESCOTILHA, uma oportunidade única e limitada de adquirir as caixas-pretas do passado. Clique aqui e se cadastre para saber mais!