Abrindo a caixa-preta #3 — “A morte escarlate + A ravina toda de ouro”, de Jack London

Escotilha NS
Escotilha NS
Published in
5 min readMar 18, 2020
O livro “A morte escarlate + A ravina toda de ouro”, a Revista ESC, o marcador de páginas com arte inspirada no livro e o tesouro, uma edição inédita do poema "O corvo", de Edgar Allan Poe, com tradução de Machado de Assis.

Um ano de Escotilha e muitas histórias para contar. Parte das comemorações será relembrar as caixas-pretas enviadas aos assinantes do clube, com livros em edição especial e limitada, títulos escondidos, tesouros literários divertidíssimos e muito mais! Hoje, vamos falar da caixa-preta #3, enviada em agosto de 2019.

A terceira edição da Escotilha NS não poderia ter sido mais especial: os assinantes receberam três livros com visões únicas, perturbadoras e sensacionais da vida. Também, não poderíamos esperar menos de nomes como Jack London, Edgar Allan Poe e Machado de Assis, não é mesmo?

Na edição de agosto, eles foram reunidos com o objetivo de dar continuidade ao processo de estabelecer o tom do nosso clube. E o que elas representam nessa trajetória? A importância das entrelinhas. Todas as obras — A morte escarlate, A ravina toda de ouro e O corvo — trazem níveis de interpretação, de leitura, que mudam completamente a nossa relação com os livros. E é esse tipo de visão que queremos estimular no clube, abrindo os olhos para como esses livros reverberam no nosso tempo.

“A morte escarlate”, um livro de Jack London, com tradução de Alice Klesck.

O livro — “A morte escarlate + A ravina toda de ouro”

De um lado, em A morte escarlate (The Scarlet Plague, no original), o ano é 2073 e a história é contada por um velho a seus netos selvagens. Essa história é a de uma praga devastadora, responsável por acabar com a maior parte da população do planeta 60 anos antes. A peste atacou rapidamente, com a maioria das pessoas morrendo em poucos minutos, sem cura à vista. Mas o grande trunfo de Jack London é que ao deixar a vítima toda escarlate antes de morrer, a história também acaba por abrir os horizontes do leitor sobre o nosso próprio tempo.

“A ravina toda de ouro”, um livro de Jack London, com tradução de Alice Klesck.

Do outro lado, em “A ravina toda de ouro” (All Gold Canyon, no original), um garimpeiro obstinado em plena corrida do ouro dos Estados Unidos procura pelo “seu Toca”, em busca de mudar de vida. No entanto, o que ele encontrará é algo totalmente diferente e nefasto: a luta pela sobrevivência.

Páginas vermelhas, ilustrações, papel especial: uma edição à altura da história.

Assim, enquanto A morte escarlate é um exercício de futurologia por parte de Jack London – o autor acertou muita coisa, que encontra ecos no mundo de extremos em que vivemos –, A ravina toda de ouro é uma história cheia de charme por conta de sua ambientação histórica, mas que permanece atemporal, e recentemente inspirou um filme da Netflix, “A Balada de Buster Scruggs”, dos irmãos Coen, vencedor de Melhor Roteiro Adaptado do Festival de Veneza 2018 e indicado a três Oscars.

A edição da Escotilha para seus assinantes é uma história à parte. Com ilustrações de edições antigas, introdução e texto sobre autor, o projeto gráfico evocou as cores marcantes das histórias de London: o escarlate, termo tão discutido pelos netos do narrador, e o dourado do ouro, que permeia toda a obstinação do protagonista de A ravina toda de ouro. Conforme a história do vírus avança e a praga se evidencia, mais vermelho fica o livro; quando o protagonista de A ravina toda de ouro encontra “Seu Toca”, as páginas ficam todas douradas — todas de ouro.

Em adição, momentos como a corrida pelo ouro — um dos períodos seminais da história dos Estados Unidos — ou o caos instaurado pela Peste Escarlate são reforçados pelas belas ilustrações, ajudando a evidenciar a escrita de London e sua fértil imaginação para o desespero pela sobrevivência. O tão desejado “V” de A ravina toda de ouro marca sua presença na capa, dando forma à ravina, enquanto na capa de A morte escarlate os mesmos traços remetem aos sinais de batimento cardíaco, rapidamente inexistentes a partir da peste. Por fim, o livro foi impresso em papel especial, escolhido para evidenciar as cores do projeto.

A revista — Tempos modernos e convidada mais do que especial

A Revista ESC trouxe um texto especial com os paralelos — explicitados pelo jornalista israelense Orian Morris — de A morte escarlate com o mundo de hoje, incluindo sua relação com Donald Trump. Outros conteúdos foram o de como complementar a experiência de leitura de A ravina toda de ouro e um olhar mais técnico por trás do magnífico poema de Poe, O corvo.

A convidada Anna Schermak, curitibana e apaixonada por literatura, criadora do Pausa Para um Café, canal em que foi publicada uma resenha surpresa do livro, e coidealizadora do podcast Primeira Regra, escreveu um texto do ponto de vista de grande fã de Jack London, comentando a leitura das duas obras esquecidas do autor.

O tesouro— “O corvo”, de Edgar Allan Poe, traduzido por Machado de Assis, em cards

O corvo está no imaginário dos leitores desde que foi publicado, em 1875. Também, pudera: a obra de Edgar Allan Poe é seminal na ficção especulativa e dispensa apresentações. Ela define o tom e influencia tudo o que vem após sua publicação. A ideia aqui foi presentear os fãs da obra e do gênero com uma edição de colecionador, exclusiva para os assinantes da Escotilha, em um formato inédito e com tradução de Machado de Assis.

"O corvo" em cards contou com ilustrações do jovem artista Victor Seroque, além da consagrada tradução machadiana. A edição é bilíngue: na frente o texto em português e, no verso, em inglês.

Não estaríamos aqui sem Edgar Allan Poe. Não estaríamos aqui sem O corvo. Mesmo duzentos anos após a morte do mestre, sua sublime visão do mundo ainda nos influencia, de maneira até hipnotizante, permeando não apenas as letras, mas também a filosofia, a ciência, a história, a cultura pop… E aqui está a nossa singela contribuição para esse legado.

E aí, o que achou dessa caixa? Se ficou interessado e perdeu a edição original, saiba que chegou a #fbfESCOTILHA, uma oportunidade única e limitada de adquirir as caixas-pretas do passado. Faça a sua assinatura para poder garantir as edições anteriores. Além disso, clique aqui para se cadastrar e, em breve, saber todas as informações!*

*Caixas sujeitas a disponibilidade de estoque.

--

--

Escotilha NS
Escotilha NS

O primeiro clube de assinatura de livros de ficção especulativa do Brasil! Experimente 😱🔮👽