O que você anda guardando na sua garagem?

Pedro
Escrevendo sobre dados
2 min readNov 14, 2016

Venho precisando dar uma olhada no armário da garagem há meses. Talvez anos. Esse é o tipo de tarefa que a gente arrasta por muito mais tempo do que precisa. Também, eu sou mais feliz fazendo qualquer outra coisa que não seja mexer em caixas empoeiradas.

Ontem eu desci empenhado em encarar o trabalho. Já foi difícil encontrar as chaves dos armários. Depois afastar o carro. Mas só desisti mesmo ao abrir as portas.

A garagem é uma espécie de linha do tempo forçada da vida. Com o que tem lá é possível contar uma história precisa sobre quem você é. Ou era. Na minha, tem de tudo: bola de futebol de quando eu jogava, capacete da época de skatista, árvore de Natal, pedal solto de bicicleta.

São coisas que você nem lembrava que tinha guardado e outras que você jurava que iam ser importantes guardar, como escadas dobráveis e um telefone com 5 metros de fio e algumas teclas a menos. A verdade é que tudo ali teve um propósito, mas a maioria já não faz muito sentido.

É meio como a nossa cabeça. Tem muita coisa perdida ali. Umas que você jurou que ia usar em algum momento, como as fórmulas de química. E outras que você jurou que eram a coisa mais importante do mundo, como os poemas que você escreveu para aquele ex.

Não tem problema. Naturalmente a gente acaba guardando umas ideias que não valiam a pena mesmo. A grande questão é quando você não se livra delas. Uma hora ou outra elas vão cair e fazer algum estrago.

Então, minha dica é: dê uma olhada aí na sua garagem. Vê se não tem coisa meio solta. Pode jogar fora. Sem medo. Ou então faça como a decoração de Natal: use apenas naquele jantar com algum parente conservador em excesso.

Olhei para o relógio, já tinha perdido tempo demais. Subi com rinite.

É, e não arrumei nada. Não na garagem.

***

Dados:

--

--