Carta aberta: todas as pessoas que eu sou

‘To escrevendo essa carta pra você na tentativa de explicar todas as pessoas que vivem em mim.
Não acho que essa metamorfose pessoal é algo único, que só eu tenho, aliás até acho que todos vivem dessa forma, alguns apenas não se deram conta ainda.
Eu sou um alguém diferente com cada pessoa que me relaciono nessa vida.
Com cada amigo que tenho, sou um ser transformado.
Sou um irmão diferente pra cada ano de vida da minha irmã, ela que deve ser a maior transformista com quem vivo.
Sou um filho para o meu pai, e sou outro filho para a minha mãe.
Cada professor me vê de um jeito.
Cada pessoa me tem de outra forma.
Alguns personagens que interpreto não me agradam. Penso que poderia ser diferente. Penso que poderia ser igual as vezes.
Mas se eu fosse igual, então eu não seria eu.
Estou te dizendo isso, pois preciso te agradecer.
De todas as reflexões, de todos os pensamentos, de todas as observações sobre quem estou sendo, de todas as personalidades que me personificam, o meu Eu preferido é quando estou com você.
Eu nunca gostei tanto de mim como eu gosto quando estou ao seu lado.
Com você eu sempre quis ser alguém melhor, e parecer melhor. Mesmo que não sendo no começo, me fez entrar na busca.
Então, essa carta é pra isso, só pra te avisar, que esse é o meu melhor. Mesmo não sendo o melhor pra você, eu fui o melhor pra mim. Você me fez crescer.
Me reconstituiu das cinzas da minha própria agonia de mudança.
Me sublimou os sentimentos ruins e fez com que virassem um jardim de flores vivas.
O meu céu urbano poluído, virou final de tarde na beira da praia.
Logo eu, que sempre me transformei e gostei de me alterar, nunca quis tanto não mudar.
Nunca quis tanto ficar parado.
Logo eu, gostei de ser eu.
Você é minha conversão preferida.
Obrigado.’

*A continuação desse texto se dá pela carta sendo respondida.
O texto-resposta se chama ‘Carta fechada: a resposta dela’.

#Neruda

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Escritores e Poetas Não Sabem de Nada
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