UÍBA UÍ: macumba política
Okê, okê
a flecha que atira Oxóssi
mata
Okê, okê
a flecha certeira
caboclo da mata revida
trás vida, guerreiro
Okê, okê arô
no terreiro não se ajoelha
mas pede ao senhor
Enquanto o joelho branco dói da reza
o que negro sente nas costas é a chibata
e o suor na testa
Okê, okê leva a flecha pra dentro da senzala
chama o índio, guarani-kaiowá
ainda estrala
Em Brasília, queimado pelo playboy
católico, ajoelhado
okê okê
óstia não é padê
e preto, pobre, não tem o que comer
Okê arô, okê odé, okê caboclo
é vago o espírito de etnia
no país oco
Diversidade não preenche
em lugar de índio
que branco fere com ferro quente
Okê arô, atira a flecha
no pássaro,
o canário amarelo
cheio de ódio
dos filhos deste solo
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