Precisamos falar de mulheres.

Precisamos falar de mulheres. Precisamos falar de, sobre, para, com mulheres. Mulheres negras, brancas, ricas, pobres, latinas, indígenas, artistas, universitárias, empregadas, gordas, magras, lésbicas, bi, hétero. Tantas formas de ser mulher. E um fio. Um fio que nos une: patriarcado, machismo, relações de gênero, como quiser chamar. Sabemos como somos marcadas: marcadas por sermos mulheres. Umas mais marcadas que outras. Muitas marcações, um aglomerado delas. Muitas formas de sermos violentadas, agredidas, subjugadas. Marcas da biologia, da sociedade, marcas de cor, de classe, de sexualidade. Marcas nesse corpo. Nosso corpo. Nosso? Não sabemos se é nosso.

Precisamos falar de mulheres. Mulheres na cultura, mulheres na ciência, mulheres no campo, mulheres na mídia, mulheres nas ruas, mulheres nas prisões, mulheres na política, mulheres no mercado de trabalho. Mulheres que estão aí sendo faladas, moldadas, subjetivadas. Sabemos quando somos mulheres: somos mulheres quando ganhamos menos que homens. Somos mulheres quando temos medo de nos vestir. Somos mulheres quando sofremos com nossos corpos na frente do espelho. Somos mulheres quando nos mutilamos pelos padrões. Somos mulheres quando o sangue escorre. Sangue por baixo, sangue do útero, sangue dos corpos. Corpos que são nossos. Nossos? Então porque eles escorrem sangue pela mão de homens?

Mulheres que não sabem se tem o próprio corpo.

Mas somos mulheres.

Sabemos o que temos.

Temos força. Temos resistência. Temos umas às outras.

Temos mãos, abraços, lágrimas e sorrisos.

Bem-vindas ao Escritos Feministas.

De mulher, por mulher, para mulheres, com mulheres.