Mais uma “situação isolada” de descaso com uma vida negra (uma vida de 5 anos, negra)

Miguel Otávio Santana da Silva, 5 anos de idade, morreu ontem depois de cair de aproximadamente 35 metros de altura de uma das “Torres Gêmeas” no Recife.

Mas o que realmente aconteceu?

Miguel, estava jundo com a mãe no trabalho, que era empregada doméstica e estava na casa da patroa.

A mãe de Miguel desceu para passear com o cachorro da patroa, e Miguel ficou na casa.

Segundo relato do delegado de polícia responsável pelo caso, Ramom Teixeira, Miguel começou a pedir para acompanhar a mãe, a patroa, nervosa com a situação, deixou a criança de apenas 5 anos entrar sozinha no elevador, mas antes quis “dar” uma lição, apertando o botão de um dos andares superiores (9º andar), para que a criança subisse, e não descesse em direção a mãe, e só após isso deixou o elevador seguir.

Miguel chegou ao nono andar, provavelmente sem entender onde estava e por que tinha chegado alí, acabou “escalando” um dos condensadores de ar presentes no andar, e caiu.

Como sabemos que foi isso que aconteceu?

As imagens de segurança, disponibilizadas pelo prédio mostram o momento exato que a patroa o deixa sozinho no elevador e o direciona ao andar superior.

A criminosa foi indiciada por homicídio culposo (quando não há intensão de matar) mas pagou uma fiança de R$ 20 mil e está respondendo em liberdade.

O código penal traz em seu artigo 133, a tipificação do crime de abandono de incapaz: “Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: Pena — detenção, de seis meses a três anos.”

Será que teremos um julgamento correto e a justiça será feita? Ou será mais uma vida negra, na lista das “vidas negras que não importam”?

Volto a repetir: Os enganos são vários, mas a cor é sempre a mesma. Preta.