Perfil | David Bailey e a Fotografia de Moda

Espaço f/508
Revista f/508
Published in
3 min readJan 17, 2019

David Royston Bailey, fotógrafo nascido em Londres, é considerado um dos maiores fotógrafos britânicos. Sua carreira foi pontuada com trabalhos para as maiores revistas do mundo, principalmente por suas fotografias de moda e seus retratos de celebridades.

Durante sua passagem pela escola, sofreu problemas devido a sua dislexia não-diagnosticada, além também de ter dispraxia, uma disfunção motora. Desenvolveu, no entanto, uma aptidão a história natural que o levou a fotografia.

Após ser desmobilizado do serviço de Forças Aéreas em 1958, decidiu seguir uma carreira em fotografia e comprou uma Canon. Impedido de cursar a London College of Printing, um anexo de ensino de artes do London Institute, devido ao seu baixo rendimento escolar, começou a trabalhar como assistente de fotógrafos locais. Mais tarde virou assistente de um conhecido fotógrafo londrino, John French, onde além de fazer trabalhos próprios, trabalhava também como freelancer. Em 1960, aos 22 anos de idade, foi contratado pela revista Vogue para realizar editoriais de moda, onde lançou sua carreira e tornou-se conhecido mundialmente.

David Bailey foi um dos criadores, junto com Terence Donovan e Brian Duffy, do Swinging London, termo que significa a efervescência cultural e os costumes da cidade de Londres nos anos 1960. Estes três fotógrafos socializaram com ícones daquela geração: atores, músicos, modelos e a realeza, o que os elevou ao status de celebridade. Juntos, eles foram os primeiros fotógrafos de celebridade, nomeados por Norman Parkinson de “The Black Trinity”.

O “Swinging London” foi perfeitamente captado no seu projeto Box of Pin-Ups (1964), um Box de posters de celebridades dos anos 60 como os Beatles, Mick Jagger, Jean Shrimpton, Andy Warhol e Terence Stamp.

A ascensão de Bailey na Vogue foi imediata. Trabalhando há apenas meses na revista, ele começou a fotografar capas e, em seu auge, fotografou 800 páginas de editorial em um ano. Penelope Tree, uma antiga namorada, o descreveu como “o rei leão da savana; incrivelmente atraente com uma energia perigosa. Ele era elétrico, o mais brilhante, mais poderoso, mais talentoso, a força energética da revista”.

Desde 1966, Bailey também dirigiu comerciais de televisão e documentários. Dirigiu e produziu documentário para TV entitulado “Beaton, Warhol e Visconti”. Além de seu trabalho editorial, Bailey também fez fotografias para encartes de bandas e músicos, como The Rolling Stones, Marianne Faithfull e Cat Stevens.

O filme Blowup (1966) do diretor italiano Michelangelo Antonioni, inspirado na vida de David Bailey, retrata a vida de um fotógrafo de moda londrino, interpretado por David Hemmings.

Em 2012, a BBC Four lançou um filme para a televisão que retrata o relacionamento entre Bailey e a modelo Jean Shrimpton, entitulado “We’ll take Manhattan”. Quando convidam Bailey a ir a Nova York fazer um editorial para a Vogue, este leva Jean Shrimpton e a dirige no que serão fotos inovadoras e polêmicas. O filme, dirigido por John McKay, reconstrói a história com Aneurin Barnard e Karen Gillan nos papéis principais.

--

--