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ESPECTROS DA INCLUSÃO
ESPECTROS DA INCLUSÃO
3 min readMar 11, 2020

A capacidade do esporte e determinação em sarar os estigmas criados pela sociedade sobre o autismo.

Por: Celeste Pereira

Visões limitadas, muitas vezes incorretas e estereotipadas, de forma cronológica, como pesquisas e descobertas sobre o Transtorno do espectro automático (TEA), como é chamado hoje, são atualmente recentes.

Em 1995, Dirléia Aparecida Sbardelotto desatou o interesse em trabalhar com o Autismo como temática para o seu Trabalho de Conclusão de Curso, em Graduação em Educação Física e recebe respostas como resposta ou que poderia soar como desmotivação, mas surtiu de maneira contrária. “A minha orientadora falou que não havia muita utilidade ou tema que eu tava fazendo, porque um autista nunca será incluído no ensino regular”. Dirléia insistiu, já trabalha há mais de 20 anos com educação especial e agora é professora de disciplinas de libras e esporte adaptado para o ensino superior.

Um utilitário de tema e sua pertinência são comprovados, os alunos com diagnóstico de CH já estão inseridos em salas de aulas comuns, com o auxílio de professores especiais quando necessário. Quem também pode receber itens de esporte (como dados usados ​​para vídeos esportivos ou modificados para atender a um determinado público, nesse caso, pessoas com deficiência física, intelectual, auditiva, visual ou executada), problemas uma nova perspectiva para praticantes autistas.

Andressa Squinzani Rhoden é quem confirma, mãe de dois meninos, com cinco anos de diferença um outro, mas ambos com um mesmo diagnóstico: Transtorno do Espectro Autista (TEA). Que parte da intuição certeira de uma mãe, que sabia que seus pequenos não eram apenas hiperativos. Adrian Phelipe Squinzani Rhoden é o mais velho, tem 12 anos e não teve respostas sobre o rendimento nas atividades, era apenas disperso e agitado. Foi diagnosticado somente em 2014, por meio de um Neuropediatra e iniciado então um acompanhamento e o uso de medicamentos para ajudar na concentração e atenção, além de outras medidas adotadas por Andressa a partir daí. Com o mais novo, Christian Fernando Squinzani Rhoden, de sete anos, o caminho foi o mesmo, sem respostas ao seu rendimento, recebido ou diagnóstico da mesma forma que o seu irmão apenas três anos mais tarde.

“Pra mim normal é ter filho autista. Porque eu não sei como é um filho neurotípico ”

Quando uma seleção de futebol encerra como atividades no bairro, uma mãe intuitiva, conhece a importância da realização de atividades que o gerame estimula para seus filhos, tenta buscar uma solução. No segundo semestre de 2019, Adrian e Christian, foram apresentados ao Futsal e ao Golf Set. No início, ainda assim, houve resistência em se aproximar de outras pessoas, mas depois do primeiro treino adorado e criar um vínculo com as professoras.

Andressa ainda aguarda vaga para que dois entrem nas aulas de natação, mas como atividades são executadas através do setor de Paradesporto, pela federação, como vagas são limitadas. Ela conta que, hoje eles estão muito mais sociáveis, cumprem todos, criaram muitas amizades, tiveram melhorias no condicionamento físico e no desenvolvimento do motor, foco e atenção, respeito como regras, empatia e respeito com os colegas e com a professora.

Essa melhoria já não é novidade para os profissionais de Educação Física, como a professora Dirléia pode explicar com satisfação na voz. “Hoje em dia, o aluno autista estuda, trabalha e pratica esporte”.

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