Fora do país

A vida de estudante nos Estados Unidos e na Europa

Sara Graziella Rodrigues
Esquina On-line
4 min readMay 24, 2017

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Renata Vicente, mestranda em Teologia nos EUA

Sair de Goiânia e estudar em outro país sempre foi o sonho de Renata Vicente, mas por muitas vezes, a publicitária não acreditou que poderia alcançar. Com 31 anos, Renata se inscreveu para preencher uma vaga de mestrado no interior do Tennessee. O Emmanuel Christian Seminary aprovou o ingresso da brasileira no Mestrado em Divindade, teologia.

Desde 2013, Renata mora longe do país onde nasceu, dos pais e irmãos. Mas encontrou um lar com os novos amigos e professores. A estudante dividia a casa com uma amiga, que depois de um tempo também partiu para seguir a vida. Mas nesse período, Renata se dedicou aos livros, aos estudos e se empenhou em tirar as melhores notas.

Uma das disciplinas mais aproveitadas pela estudante foi o Hebraico. A mestranda aprendeu a gramática e a fonética da língua, e precisava traduzir textos bíblicos em provas. Mesmo nas partes mais difíceis, ela conseguia alcançar notas máximas.

Ao longo do curso, Renata foi convidada para ser assistente dos professores e também monitora de novos alunos. As notas chamaram a atenção dos professores para a “aluna internacional”, como são chamados os que não são norte-americanos do seminário.

Na parede de Renata, um quadro “We Can Do It”, que em português é “Nós podemos fazer isso”

A partir daí, a publicitária começou a escrever artigos sobre Teologia Feminista e casos de racismo dentro das igrejas protestantes brasileiras — assuntos que, segundo ela, podem se tornar temas de um possível doutorado.

Já no último ano de mestrado, Renata precisou fazer um estágio, e encontrou abertura como capelã em um hospital da cidade. Ela escutou histórias de crianças, adultos e idosos, que muito acrescentaram à sua vida pessoal e profissional.

Em maio, Renata Vicente concluiu o mestrado e recebeu o diploma. Alcançou objetivos que sempre sonhou, acompanhada de um carro antigo, mas que a ajudava a se locomover. Aprendeu diversos tipos de culinária, já que agora é vegetariana.

O objetivo agora é outro: se inscrever em um processo de seleção de doutorado e alcançar mais um sonho e objetivo. Ela ainda não sabe se será no Tennessee, em Paris, ou se voltará ao Brasil, mas acredita que conseguirá em qualquer lugar.

Estudar em outro país gastando pouco

Uma das formas de se estudar fora e ainda receber uma bolsa para isso é participar da seleção do Programa de Bolsas 2017, oferecido por um banco internacional. O estudante que é selecionado recebe uma bolsa no valor de 3.000 mil euros. Esse investimento é utilizado como auxílio para cobrir custos com transporte, hospedagem e alimentação. Já o curso fica por conta de um acordo entre a universidade de origem e a de destino.

A Karina Ferreira cursou publicidade na Universidade de Brasília. Ela foi selecionada para ir à Portugal passar seis meses estudando comunicação. E ela recomenda que os estudantes corram atrás e busquem um intercâmbio.

Universidades gratuitas

Políticas de bolsas

O governo brasileiro também oferece oportunidades para quem tem vontade de estudar no exterior e não tem condições financeiras para isso. É o caso da Fundação Estudar. Eles tem um site onde publicam dicas sobre intercâmbios fora do país, além de também, divulgar bolsas de universidades estrangeiras que recebem brasileiros de graça.

Mas não fica só na divulgação, a Fundação Estudar também promove uma distribuição de bolsas. No caso da “Líderes Estudar”, são oferecidas vagas para cursos de graduação e pós-graduação em Autoconhecimento, Consultoria, Empreendedorismo e Tecnologia, Gestão Empresarial, Gestão Pública, Educação e 3º Setor, Jurídico, Liderança e Mercado Financeiro. Quem quiser participar, basta se inscrever pelo site e aguardar os próximos passos.

Uma das vantagens de se estudar fora do país, seja um intercâmbio independente ou por meio de uma graduação sanduíche — que é quando você inicia seu curso em um país, fica um tempo em outra universidade e depois volta para concluir — é a possibilidade de emprego. É o que explica a especialista em gestão de pessoas Débora Barém, da Universidade de Brasília. “Seria muito bom para o profissional, porque o intercâmbio abre a possibilidade de se aprender outra língua, e isso conta muito no currículo. Além de também ser um lugar onde você constrói conhecimento e habilidade em todos os sentidos”, explica a especialista.

E sobre o conhecimento, o especialista em educação Célio da Cunha afirma que esse momento de intercâmbio é fundamental para o estudante. “No tempo que estamos, o tempo da globalização e das relações humanas, as oportunidades no exterior são importantes para o desenvolvimento do país”, alerta Cunha.

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