Baseado em fatos

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Apesar de cada vez mais comum nos dias atuais, o Brasil ainda enfrenta preconceito com o uso medicinal da substância

via: Giphy

Quando se trata da legalização da maconha, os motivos medicinais tornam-se mais compreensíveis para o grande público que tem uma imagem da planta que é fruto de uma falha guerra contra as drogas. Ao vê-la como uma planta com substâncias capazes de auxiliar na luta de várias pessoas que batalham contra epilepsia, esclerose múltipla, esquizofrenia, mal de Parkinson, dores crônicas e mais.

O remédio pode vir em cápsulas ou em uma forma pastosa, em uma seringa. Cada uma costuma custar 199 dólares, além da taxa de entrega que costuma somar mais 70 dólares.

Valéria mistura cerca de cinco centímetros dessa pasta e mistura com mingau para amenizar os ataques epiléticos de seu filho.

No link abaixo, você pode conferir o podcast com o Doutor Felipe Burles dos Anjos, que discute sobre usuários recreativos, se a maconha pode causar vício químico, consequências na vida profissional e mais:

Segundo o delegado responsável pela Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) da Polícia Civil do DF, Rogério Henrique Rezende, “quanto mais pesada for considerada a droga, ou seja, possuir um potencial lesivo maior, maiores são as chances do indivíduo ser enquadrado no tráfico de drogas. É mais fácil caracterizar como usuário a pessoa que estiver com maconha no bolso do que aquela que estiver com heroína, por exemplo.” Atualmente, a maconha ainda entra na mesma lei anti drogas, portando, as informações sobre os usuários ainda é generalizada nas mesmas estatísticas de drogas mais pesadas, como a cocaína, crack e lisérgico.

Segundo o parágrafo 2º, do artigo 28, da Lei de Drogas: Para determinar se a droga se destina ao consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, além da conduta e aos antecedentes do agente. Portanto, o julgador analisará as condições do caso concreto e buscará adequar à conduta do agente em um dos tipos penais. Importante ressaltar que o Ministério Público poderá realizar a denúncia com uma definição jurídica que poderá ser alterada posteriormente, considerando que o julgador possui livre convencimento.

O Comunica Que Muda (CQM) realizou uma pesquisa nas redes sociais, que afirma que apesar de criminalizada, a maconha ainda é bem vista por grande parte do público (foram na alisadas 555,280 menções sobre a erva entre os dias 12 de março e 8 de abril do ano passado). 74% mencionaram a erva positivamente, enquanto 14% foram neutros, e 14%, negativos.

A maconha possui cerca de 400 compostos químicos, contando com 60 canabinoides, que são princípios ativos específicos (MONTEIRO, 2014). Entre eles, dois se destacam: o tetrahidrocanabidiol (TCH) e o canabidiol (CBD). Possuem ação analgésica, antitumoral, trazendo o aumento do apetite, relaxamento muscular e redução de insônia.

Valéria é mãe de Emanuel, e desde que conseguiu a recomendação do Instituto de Neurologia de Goiânia de um composto à base de maconha, relata uma imensa melhora na qualidade de vida do menino. Por mais que os médicos tivessem tanto medo de receitar o medicamento, o óleo de maconha se mostra completamente efetivo e não apresenta efeito colateral, diferentemente dos remédios tarja preta anteriores que ele já tomou. Após seu uso, suas crises convulsivas diminuem drasticamente.

Confira a matéria completa na revista Esquina:

Um entrevistado anônimo deixou seu relato sobre sua relação com a planta. Em um de seus depoimentos, afirma que não vê problemas na erva em si, mas o conservadorismo religioso excessivo do nosso país lida com a droga de forma racista e punitiva. Confira o vídeo abaixo:

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