Instantaneidade no webjornalismo

Como a característica vem mudando o cenário profissional e o fazer jornalístico

Giovanna Fischborn
Esquina On-line
3 min readSep 2, 2019

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Por Giovanna Fischborn e Laura Lowande

Desejo por informação, respostas que precisam ser imediatas. Paul Bradshaw, no livro Webjornalismo — sete características que marcam a diferença , percorre o senso de imediaticidade que vive o jornalismo.

Segundo ele, relacionar velocidade à atividade jornalística sempre fez sentido. Afinal, as notícias são, em essência, novidade. Nesse cenário, mais que simples velocidade, os media competem para “serem os primeiros” a noticiar.

E, “caso o veículo não conseguisse ser o primeiro a divulgar a estória, então teria de ser o primeiro a obter a primeira fotografia, a primeira entrevista, a primeira reação, ou o primeiro a fornecer a análise do fato”, explica Paul Bradshaw.

Uma coisa é certa. A produção de conteúdo para a web não tem mais as restrições que ditavam os processos de captação, produção e distribuição da notícia nas redações de antigamente.

Sinal de novos desafios — e mais concorrência. Sob novas pressões, o repórter não fica mais confiante naquilo que os leitores sabem. O usuário pode ultrapassar o jornalista — ele chega à cena primeiro, à testemunha, ao ocorrido.

As formas de compartilhamento e distribuição de notícias e de informações também vêm sendo ressignificadas. O storytelling e as coberturas ao vivo são formatos que provam essa mudança.

Jornalismo participativo

É fato: o comportamento do consumidor de notícias mudou com as inovações tecnológicas. Como vimos, a instantaneidade com que se trata o conteúdo jornalístico promove o compartilhamento de informações pelos meios disponíveis — além de uma série de recursos que permitem instantaneidade nas publicações ao redor do mundo.

Mas além de poder compartilhar, o público faz parte da composição das informações — pode enviar imagens, vídeos e diversos tipos de mídia para os jornalistas comporem as notícias. É o jornalismo participativo — ou jornalismo cidadão, expressão menos usada.

Com a tecnologia como vantagem, o jornalismo torna-se mais participativo. As empresas jornalísticas, em vez de ficarem sujeitas às redações, podem também aproveitar conteúdos fornecidos pelos leitores, telespectadores, ouvintes como forma de complementar a informação.

Entrevistamos a jornalista Cynthia Sims, da Câmara dos Deputados, para entender como a instantaneidade afeta a rotina da prática profissional.

Alguns casos são marcos ao mostrar a instantaneidade relacionada ao fazer jornalístico. Robôs que verificam a veracidade dos fatos são um exemplo. O uso de áudio pelo Telegram para relatar as informações com mais atualizações e precisão para o público também. Veja outras ações:

1- Case da robô Fátima, que verifica as notícias falsas do Twitter.

2- Telegraph, do Telegram, está usando áudios no WhatsApp para se envolver com o público e convertê-los em assinantes pagantes

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