Instantaneidade no webjornalismo
Como a característica vem mudando o cenário profissional e o fazer jornalístico
Por Giovanna Fischborn e Laura Lowande
Desejo por informação, respostas que precisam ser imediatas. Paul Bradshaw, no livro Webjornalismo — sete características que marcam a diferença , percorre o senso de imediaticidade que vive o jornalismo.
Segundo ele, relacionar velocidade à atividade jornalística sempre fez sentido. Afinal, as notícias são, em essência, novidade. Nesse cenário, mais que simples velocidade, os media competem para “serem os primeiros” a noticiar.
E, “caso o veículo não conseguisse ser o primeiro a divulgar a estória, então teria de ser o primeiro a obter a primeira fotografia, a primeira entrevista, a primeira reação, ou o primeiro a fornecer a análise do fato”, explica Paul Bradshaw.
Uma coisa é certa. A produção de conteúdo para a web não tem mais as restrições que ditavam os processos de captação, produção e distribuição da notícia nas redações de antigamente.
Sinal de novos desafios — e mais concorrência. Sob novas pressões, o repórter não fica mais confiante naquilo que os leitores sabem. O usuário pode ultrapassar o jornalista — ele chega à cena primeiro, à testemunha, ao ocorrido.
As formas de compartilhamento e distribuição de notícias e de informações também vêm sendo ressignificadas. O storytelling e as coberturas ao vivo são formatos que provam essa mudança.
Jornalismo participativo
É fato: o comportamento do consumidor de notícias mudou com as inovações tecnológicas. Como vimos, a instantaneidade com que se trata o conteúdo jornalístico promove o compartilhamento de informações pelos meios disponíveis — além de uma série de recursos que permitem instantaneidade nas publicações ao redor do mundo.
Mas além de poder compartilhar, o público faz parte da composição das informações — pode enviar imagens, vídeos e diversos tipos de mídia para os jornalistas comporem as notícias. É o jornalismo participativo — ou jornalismo cidadão, expressão menos usada.
Com a tecnologia como vantagem, o jornalismo torna-se mais participativo. As empresas jornalísticas, em vez de ficarem sujeitas às redações, podem também aproveitar conteúdos fornecidos pelos leitores, telespectadores, ouvintes como forma de complementar a informação.
Entrevistamos a jornalista Cynthia Sims, da Câmara dos Deputados, para entender como a instantaneidade afeta a rotina da prática profissional.
Alguns casos são marcos ao mostrar a instantaneidade relacionada ao fazer jornalístico. Robôs que verificam a veracidade dos fatos são um exemplo. O uso de áudio pelo Telegram para relatar as informações com mais atualizações e precisão para o público também. Veja outras ações:
1- Case da robô Fátima, que verifica as notícias falsas do Twitter.