Precisamos falar sobre saúde mental…

Anne Arnout
Esquina On-line
Published in
3 min readJun 21, 2017

O suicídio está entre as três maiores causas de morte entre pessoas de 15 a 35 anos de idade, de acordo com estudos feitos pelo Ministério da Saúde. É um ato complexo e pouco compreendido, que necessita de total atenção. Controlar e prevenir o suicídio ainda não é tarefa fácil, apesar de já haver recursos voltados à prevenção desse mal. De acordo com o psicólogo Felipe Anjos, as pessoas são ignorantes em relação a esse assunto, mas não de uma forma negativa e, sim, porque elas não têm informação.

O suicídio é um problema de saúde pública. No Brasil, os números impressionam. A cada hora, uma pessoa tira a própria vida, enquanto outras três tentam cometer o ato sem sucesso.

Foto Google images

Perfil do Suicida

Suicídio e perfil suicida são mais comuns em pessoas que têm um quadro de transtorno mental diagnosticável. Para Anjos, a pessoa tem uma mudança brusca de comportamento e passa a agir de maneira ansiosa. “Quando a pessoa se aproxima do suicídio ela vai sinalizando o agravamento da crise, com respostas de desorganização mental”. O isolamento também é um indicador forte de que a pessoa está em risco. Há mais tentativas de suicídio por mulheres, mas o número de mortes por suicídio é maior entre homens.

Causas

“O suicídio é um ato de desespero, quando a pessoa está em imenso sofrimento. Não é um ato banal ou sem querer”, afirma o psicólogo. São diversos fatores em conjunto que levam uma pessoa a cometer o suicídio, não apenas motivos isolados. Fatores psicológicos, culturais, sociais e ambientais podem influenciar nessa decisão de tirar a própria vida. Qualquer pessoa, de qualquer idade e qualquer classe social, está susceptível a cometer suicídio.

Depressão

Todas as pessoas se sentem tristes, solitárias e instáveis em alguns momentos. Mas, quando esses sentimentos persistem e passam a interferir na rotina, isso pode levar a um transtorno depressivo. Segundo estudo do Ministério da Saúde, alguns sintomas da depressão são: sentir tristeza diariamente, perder interesse em atividades cotidianas, sentir cansaço e fraqueza o tempo todo, ter dificuldade em se concentrar, tomar decisões ou se lembrar das coisas, entre outros. Existe uma grande variedade de tratamentos para a depressão. Mas, a maioria das pessoas sente constrangimento em admitir a doença. Ou simplesmente não reconhecem os sintomas. “Muita gente entende depressão como frescura ou fragilidade. Mas se a pessoa está fraca é porque faltou estrutura para fortalecê-la”, diz Felipe.

Como ajudar

O apoio de um profissional é indispensável. O conhecimento e o acesso à informação apropriada são essenciais para prevenir e ajudar possíveis suicidas. O psicólogo ainda afirma que é muito difícil compreender o problema. “O vínculo de afeto é muito importante para saber a vulnerabilidade que a pessoa está tendo”, principalmente para convencê-la de que precisa de ajuda. Quem pensa em suicídio não deseja morrer, está infeliz com a vida. Se for oferecida assistência emocional necessária, o risco de suicídio diminui.

Centro de valorização da vida

O CVV (Centro de Valorização da Vida) é um portal que atende e dá orientações, voluntariamente, a jovens com problemas emocionais, que precisam de ajuda e têm dificuldade para conversar com conhecidos. Qualquer pessoa pode se cadastrar para ser um voluntário. Basta entrar no site, fazer a inscrição e receber um curso de atendimento gratuito. O suporte oferecido é feito por mensagens, ligações ou via Skype.

Segundo o portal, discutir esse tema é uma das formas mais eficientes de se promover a prevenção. E, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 90% dos casos podem ser evitados se a pessoa receber ajuda. No site, há estudos para quem quiser entender um pouco mais, para colaborar para prevenir esse acontecimento.

Veja também reportagem sobre o suicídio como tema de manifestações artísticas e culturais em reportagem para esta edição do Esquina On-line.

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