O Troll da Montanha

Novo filme norueguês da Netflix tropeça no próprio potencial

Matheus Thomaz Rossi
Estação 973
2 min readDec 5, 2022

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O novo filme da Netflix que está despontando como TOP 1 nos rankings chama atenção. Uma produção norueguesa e que aproveita do folclore e lendas locais para criar uma história única, pelo menos na teoria.

O enredo parte do pressuposto de que na antiga Noruega, entre tantos monstros e guerreiros lendários, existiam os trolls. Figuras imponentes, literalmente montanhas que se movem causando destruição por onde passam, os trolls sumiram da face da terra e da imaginação das pessoas após a cristianização do território. Entretanto, Tobias Tidemann (Gard B. Eidsvold), pai da paleontóloga Nora Tidemann (Ine Marie Wilmann), ainda acredita nas lendas.

A lenda se torna real quando uma empresa privada tenta explodir uma montanha em Duvre para construir uma estrada. Na tentativa, acabam acordando uma criatura — que mais tarde se revela ser um troll — que destrói tudo pelo caminho.

Ao longo do filme, o espectador entende mais sobre o troll — verdadeiro — protagonista da história, sobre a relação com a cristianização e o passado do povo norueguês.

Sem dar muitos spoilers sobre o ato final do filme, vamos ao que importa. O filme tem potencial. Traz uma história baseada em lendas antigas da mitologia norueguesa, com uma direção noruguesa e atores noruegueses. Isso é bom, já que traz um conhecimento profundo sobre o tema.

Entretanto, o filme tropeça nesse sentido, ao abordar a lenda de maneira não muito profunda. Acredito que pela correria de encaixar todo o desenvolvimento da trama em um filme de 1h40, o diretor Roar Uthaug, que também dirigiu Tomb Raider: A Origem, fez o seu melhor no espaço permitido. Mas acredito que uma série seria uma opção melhor para desenvolver a história — pode ser até que a Netflix já pense sobre isso, se o retorno for positivo por parte do público.

Mas no geral, é um bom filme, com uma história bem estruturada — porém corrida — e que te faz entender o lado do “monstro”, principalmente em algumas revelações no final do filme. A fotografia e os cenários não precisam de qualquer comentário, é uma beleza surreal, digna de um conto de fadas.

De maneira geral, vale a pena, mas fica o gostinho de que foi tudo meio corrido e sem aprofundamento nas próprias lendas.

Trecho do Filme | Reprodução

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