De quem é a culpa?

José Oliveira
3 min readJun 8, 2014

No Brasil, grande parte da população vive nas periferias, favelas e bairros desfavorecidos, predominantemente classe média baixa. Esta solitária população encontra-se sozinha, lutando pela sobrevivência do jeito que pode. Existem meninas e meninos no caminho da prostituição, consumindo e traficando drogas, sujeitas ao trabalho infantil, etc.

Para sobreviver.

Quem é culpado nisso tudo? São elas?

O sistema encontra-se passivo em meio aos fatos sociais, e além disso a educação é precária. Nos grandes centros é comum perceber nos telejornais as greves mensais, afalta de professores e a escassez de programas sociais para permanência das crianças e adolescentes nas escolas.

E não é por falta de esforço. Além do Estado, existem as ONG’s, que objetivam retirar os jovens desse mundo hostil.

Apenas o governo possui a autonomia de elaborar Políticas Públicas de desenvolvimento da educação, tornando-a de qualidade, assim como ocorreu em diversos países. Deve ser extinto o metódico modo de ensino que está posto, pautado na tecnicidade do saber.

A educação transforma?

“Educação é muito mais que uma palavra, sujeito ativo da nossa sociedade, é a capacidade de instruir e repassar experiências, afim de desenvolver os indivíduos no processo de disseminação do conhecimento. Educação é o alicerce das nossas sociedades modernas.”

As diversas famílias sem estrutura podem ser problemáticas em meio ao panorama de crise educacional, muitas responsáveis pela criação de um paradigma.

E agora? Repete-se a pergunta… Quem é o responsável?

Toda a sociedade.

Quem diz isso é a própria Constituição Federal, em seu Art. 227:

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

A sociedade precisa entender que também é responsável. De forma direta, quando escolhe o representante político, ou de forma indireta, quando contribui à marginalidade. Muitos brasileiros repelem com veemência quando alguém pede esmola. Ignoram, como o Estado faz.

“As diversas famílias sem estrutura podem ser problemáticas em meio ao panorama de crise educacional, muitas responsáveis pela criação de um paradigma.”

Ser pobre é consequência de um sistema falho, elitista e desatento às questões de má distribuição de renda, que acaba se tornando o principal empecilho. Tudo está ligado e uma coisa desencadeia a outra — diria que desde a colonização.

Atualmente, a pobreza está diretamente ligada à falta de oportunidade no mercado de trabalho, somada as outras dificuldades relacionada aos diversos tipos de preconceitos.

Bem, o fim da desigualdade e da pobreza ainda é uma realidade muito distante no mundo capitalista. Para se colocar um fim é preciso continuar estimulando o crescimento econômico, investindo na educação como prioridade, distribuir a renda global de forma estratégica e oferecer mais oportunidades. Para além disso, a sociedade deve entender o real significado de pobreza como uma grave violação dos direitos humanos.

Talvez em nossa geração isso não aconteça. Nem na próxima, nem na seguinte.

Mas acredito que um dia tudo vai melhorar…

--

--