Futebol e videogames: uma história de paixões compartilhadas

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etermax Brand Gamification
5 min readSep 15, 2022

A rigor, o fanatismo pela Copa do Mundo dura um mês, mas a gente sabe que a paixão pelo evento começa bem antes. Na etermax Brand Gamification queremos aproveitar a oportunidade para celebrar o fanatismo, além de lembrar por que os videogames têm um lugar consagrado perto do futebol, que continua evoluindo.

Gênese e história de um vínculo

A Copa do Mundo FIFA é, depois dos Jogos Olímpicos, o evento esportivo com mais espectadores em todo o mundo. Em 2018, a Copa do Mundo da Rússia teve mais de 3,5 bilhões de espectadores; um dado não menor, se considerarmos que nesse mesmo ano a população mundial era de 7,6 bilhões de pessoas. Literalmente, quase metade do mundo está de olho no evento e participa do fanatismo pelo futebol. Essa paixão se transferiu bem cedo para os videogames.

Já nos anos 70, surgiram versões do Pong que tentavam representar o esporte, mas foi em 1979 que o primeiro videogame de futebol como tal surgiu: tratava-se do North American Soccer League, desenvolvido para a Intellivision. Estranhamente, o primeiro jogo de futebol nasceu em um país sem tanta relação com o esporte (Estados Unidos, claro).

Kick off, 1989

A primeira grande revolução do gênero veio em 1989 com Kick off, no Commodore Amiga e no Atari ST. Quatro anos depois chegaria o lendário FIFA International Soccer, desenvolvido pela EA Sports para o Sega Mega Drive. A partir desse momento, a história dos videogames esportivos não seria a mesma.

Com o lançamento do International Superstar Soccer da Konami em 1994, começou a gestar-se uma das maiores competições de videojogos no início dos anos 2000: Pro Evolution Soccer (como o jogo foi renomeado) vs. FIFA da EA Sports. Daí em diante, o mercado de jogos de futebol, principalmente em consoles, é dominado por esse confronto entre a EA e a Konami. Porém, com o recente desencontro entre a EA e a FIFA, além da decisão da Konami de tornar o eFootball em um free-to-play, como esse ecossistema será no futuro é incerto.

No decorrer da evolução dos videogames deste esporte, os avanços tecnológicos foram verdadeiramente monumentais, e pouco a pouco eles conquistaram um cantinho nos corações das audiências. Todos podem ser protagonistas e todos são bem-vindos no mundo do Gaming. Em 2000, por exemplo, o Nintendo 64 criou o Mia Hamm Soccer 64, dedicado à liga americana de futebol feminino.

Os novos esportes

Hoje a indústria conta com novos espaços: o streaming e os esports. Durante os momentos mais difíceis da pandemia, muitas ligas olharam para os videogames e o streaming para oferecer conteúdo aos fãs. Por exemplo, no México nasceu a eLiga MX, um torneio de esports promovido pela liga mexicana de futebol que enfrenta 18 dos principais times do país, cada um deles representado por um jogador. Do mesmo jeito, outros países também começaram a levar os esports muito a sério: o Reino Unido tem um órgão regulador de esports a nível nacional.

A FIFA reconhece há muito tempo a importância e o lugar dos videogames. Desde 2004 a FIFA Interactive World Cup, uma competição de esports (hoje chamada de FIFAe) é disputada. Isso não deveria nos surpreender se considerarmos que falamos de uma indústria em crescimento acelerado: de acordo com a consultoria Newzoo, em 2022 o lucro em esports alcançará 1,384 bilhões de dólares a nível global.

Então, o que isso significa para as marcas? É possível entrar neste mundo?

Claro que sim.

Muitos anunciantes já começaram a ter presença em competições de esports, além de encontrar vínculos entre o futebol e os videogames. Os eventos de jogos são grandes oportunidades: em 2019, a Estée Lauder patrocinou a equipe de League of Legends Invictus, enquanto a L’Oreal organizou na China um evento com a equipe QGhappy junto ao streamer Feng Timo. Na atualidade, os inscritos de Feng e QGhappy continuam visitando as redes da marca para assistir o vídeo do evento.

Mais próxima do mundo do futebol esteve a campanha do Burger King com David Madrid, “Stevenage Challenge”. A marca “hackeou” o jogo FIFA 20 quando se tornou o patrocinador oficial de uma equipe da quarta divisão inglesa, o Stevenage. Com seu logotipo na camisa oficial da equipe, o Burger King ganhou um lugar de destaque no videogame e pediu através das redes sociais que os jogadores compartilhassem seus gols com astros como Messi e Ronaldo, vestindo as roupas da equipe desconhecida. Desse jeito, mais de 25.000 gols foram compartilhados nas redes e o Stevenage passou a ser o time mais escolhido no modo corrida do jogo.

Existe ainda a possibilidade das marcas patrocinarem jogadores ou times inteiros: a Red Bull colaborou com o streamer Ninja para colocar seu rosto nas latas do energético, e a Movistar tem sua própria equipe de esports, os Movistar Riders.

Para dar outro exemplo de uma ação disruptiva, na etermax Brand Gamification ajudamos a organizar no Brasil um torneio de futebol feminino patrocinado pela Turtle Beach. Que melhor para uma marca do que estar na direção de um campeonato com uma proposta 100% novedosa? Embora já seja sabido que todos jogamos, ainda existem alguns preconceitos a respeito de como a audiência gamer está constituída. Ações como estas ajudam a desmistificar essas ideias, ao mesmo tempo que capacitam as mulheres que querem participar mais ativamente dos esports.

Outro caso que permite ilustrar a flexibilidade do streaming, e que tem relação com o maravilhoso mundo do futebol, é o evento que fizemos em parceria com o Amazon Prime pelo lançamento do seriado Maradona: Conquista de um Sonho. O streamer Gero Momo convidou seus inscritos a participar de um show de trivia no qual eles competiram por prêmios do Amazon Prime. Desse jeito, o futebol e o Gaming encontraram um novo ponto de conexão.

O Gaming está repleto de oportunidades para as marcas e sua história com o futebol demonstra isso. É uma indústria em constante mudança e crescimento: cada dia há novas ferramentas para que as organizações criem vínculos poderosos com as pessoas. Só resta aproveitá-las.

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