Chama no probleminha, bebê!

Como as novas gerações encaram os relacionamentos

Leticia Villar
ETNOdigital
2 min readNov 18, 2017

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Se você é um ser humano com mais de 18 anos, provavelmente já passou por algumas (ou várias!) desilusões amorosas. E é entre as friendzones da vida e os papéis de trouxa, que a atual geração tenta se virar num mundo de relacionamentos efêmeros. Enquanto alguns preferem uma abordagem física — em baladas ou centros comerciais — outros tentam a sorte no mundo virtual, como é o caso do grupo Tinder Universitário.

“Se você cansou de comer sozinho o seu miojo de todo dia com suco de caixinha, a pizza fria do dia anterior, aquela gororoba que você cozinha… Quer alguém para virar as noites estudando, tomando uma dose de são jorge, assistir um filme no youtube comendo pipoca agarradinho…Você está no lugar correto. Deixe seu recadinho e espere seu par quase perfeito se pronunciar inbox!” Gostou da apresentação? 11 mil pessoas também, mas não se engane. Apesar da grande quantidade de membros, o Tinder Universitário possui aspectos rígidos que já foram até motivo de discussão. Primeiro, todas as postagens devem ser aprovadas por um dos moderadores do grupo, assim, filtrando o conteúdo.

Isso tem um aspecto positivo e um negativo. Pelo lado positivo, é possível ter uma maior padronização das postagens, que, em sua maioria, são selfies, conteúdo humorístico e apresentações. Entretanto, há uma demora maior em trazer novos debates ao grupo e certos assuntos podem perder o timing quando postados mais tarde.

Para entender um pouco mais os limites do online e do offline e como as interações no grupo se dão, criamos uma enquete. Com a pergunta: “Você já conseguiu um date através do grupo?”, pudemos observar uma certa contradição entre a proposta do grupo e os seus “resultados”. Todos as pessoas relataram não terem tido encontros físicos com outros membros.

Diante disso, surgiu um ponto motivador das próximas etapas da pesquisa: qual o propósito em participar de um grupo de relacionamentos, se as pessoas não se encontram? Há algum ganho afetivo proporcionado a partir dessas interações puramente virtuais? Se o grupo só promove relações na esfera virtual, até que ponto elas podem ser consideradas reais?

Por Cândida Andrade, Leticia Villar e Tiago Muratori.

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