Palavras e Vinhos que trago

Gustavo Marcílio
Eu, Iceberg.
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1 min readMar 24, 2014

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Palavras não são ocas, palavras ecoam. E se espalham pelo vento, ficam no relento. Palavras não são ocas, elas ocasionam. Palavras são fortes e fracas. São facas. Cortam e curam. Saturam. Palavras não são ocas, ficam nas bocas. Nas mentes. Nas mãos. Nos corpos. Palavras sorriem e choram. Precisam de lenço. Silêncio.

Amizade: palavra bonita, forte, plural e extremamente bilateral. Por podermos ter quantas amizades quisermos, a amizade então pode formar uma rede, uma “web”. Amizade-web-social. E nessa rede, umas são superficiais e outras são fortes e flexíveis, como um fio de seda de aranha — reservada às suas proporções. E por falar em aracnídeos, há amizades de araques. Elas não tecem nada! Mas, amizades são sempre bem vindas, é igual a vinho, quanto mais velha for, melhor. É sempre bom abrir uma amizade novinha, a julgar, de frasco pequeno, mas sem fundo. É uma surpresa excelente descobrir amizades assim: novas e eternas! Ruim é descobrir que aquela amizade antiga, como um vinho aberto e mal cuidado, virou vinagre. Dessa amizade, de duas (nem) uma: ou você usa nas saladas (não aconselho) ou joga fora (também não aconselho). Mas, jamais voltará a ser um vinho — que eu morda a língua.

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Gustavo Marcílio
Eu, Iceberg.

“Eu não tenho tempo para isso agora, mas isso poderia ser feito. Na verdade, eu tenho que fazer isso.”