[O TÍTULO DESTE POEMA FOI ENGOLIDO PELO ORGULHO E VOLTARÁ SE DIGERIDO A TEMPO.]

Amanda Mazzei
Eu Lírica
Published in
1 min readAug 25, 2017
Autor desconhecido

Há coisas indizíveis, em verdade.
Fluidas e metamorfas demais
para a rígida fôrma das palavras
(porém muito irritantemente viscosas
para que se possa lavar dos pensamentos).

Coisas tão grandes, dolorosas
que sabotam e invalidam
a atrapalhada logística do sentir.
Não fomos capazes de suportá-las;
tornamo-nos apáticos.

Todavia,
protejo-me por aqui.

A cada segundo que passa,
eu regulo a gravidade:
ora de Lua
ora de Júpiter
às vezes de Marte
 — tudo por medo de me perder,
séria e pragmática
em meu mar de erros sutis,
saudades não embasadas,
partidas ineficazes
e ineficazes ficares.

Aquelas,
não se engane,
dos tolos
que pensam ser o mesmo ser
e que querer
e amar
basta para ficar.

— Deixe ir.

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