Ode à densidade

Amanda Mazzei
Eu Lírica
Published in
1 min readJul 3, 2017

O sal se faz presente
em medidas extravagantes.
Escandalosas.
Tão intensas
que impedem certos males
de estabelecer-se naquelas águas,
onde sem aviso prévio ou medo
posso cair.

Seu amor não é doce.

Não permitirá que eu afunde e afogue.
Está resoluto em devolver-me à leveza do ar
corroendo e dissipando até o mais denso casulo
que me bloqueie a percepção dos sentidos.

Emerge-me mesmo
com minhas tantas pedras aderidas.
Emerge-me ainda que
eu carregue nos ombros o Peso do Mundo
ou lute com fantasmas pegajosos
que não soltam meus cabelos.

Injustamente chamam-lhe Mar Morto,
eu mesma descobri.

Viver é vontade.
E ele me quer,
me quer
e me quer
flutuando.

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