Sim. Eu gosto de falar. E muito.

Conhece a Alegoria da Caverna? Todo mundo acorrentado ao fundo vendo sombras na parede. Imagina geral acorrentado. Um do lado do outro. Eu seria o que não para de falar.

Sim, eu gosto de falar. E esse é um texto sobre esse amor.

Na infância eu procurava atividades que me permitissem falar, ser representante de turma, ler textos na escola, participar de gincanas, tudo o que me permitisse falar. Foi isso inclusive que me fez passar pelo teatro, que fiz durante minha pré-adolescência, uma experiência transformadora que me apresentou uma outra paixão, Os palcos. A apresentação.

Apresentar e se apresentar, foi algo que descobri que gosto de fazer, e com isso tentei me especializar mais ainda em me tornar um ótimo comunicador (estamos longe ainda). Continuei buscando oportunidades de poder me apresentar, até que certo dia tive um devaneio “Eu gosto de me apresentar, ou de transmitir uma ideia?”

Elaborando e estressando esse pensamento, percebi que minha paixão superior é a de comunicar. Transmitir. Impactar. Influenciar.

O porém sempre existe,

Evidente que isso acabava por transparecer uma imagem de que “gosto de aparecer”, o famoso palestrinha (termo cunhado nos dias atuais). Não é bem isso. Deixe-me explicar, vem comigo.

Todos esses mix de pensamentos me levaram a uma carreira específica. A de professor. Por muito tempo pensei em poder seguir tal área, me especializar em algum assunto e poder passá-lo com frequência aos outros. Então pronto, achei meu objetivo.

Mas.

Ainda não era isso.

Como dito num texto anterior meu (acesse aqui), meu problema não era a dúvida numa profissão especifica. Falar todo mundo fala. Comunicar todo mundo comunica.

Percebi que na verdade, eu quero poder fazer parte dos mesmos movimentos de educadores, quero poder ajudar a tornar o mundo um lugar melhor. Quero ajudar a iluminar.

Nossa que prepotente. Calma.

Não quero ser um herói, não quero revolucionar o planeta. Eu quero só fazer a minha parte numa constante mudança.

Por muitas vezes essa mensagem será confundida. E ta tudo bem. Eu erro. Todos erramos. E com isso eu vou melhorando, aprendendo e evoluindo. A minha mensagem, digamos assim, nem sempre atingirá todo mundo ou irá tocar todo mundo. E quem disse que isso me fará desistir?

Com um sorriso no rosto, uma graça, uma piada, até mesmo um sarcasmo, irei levando meus conhecimentos, minhas reflexões, meus pensamentos. Quero aprender e ensinar. Quero ouvir e ser ouvido. Da mesma forma que me deram a mão para me erguer nessa jornada, quero junto comigo levar você e todo mundo possível.

Por que no fim, estamos constantemente numa Alegoria da Caverna de Platão, estamos juntos acorrentados aceitando certas verdades como absolutas, meu objetivo não é ser o libertador das correntes, eu quero ser o cara que te cutuca no seu braço e pergunta:
- Mas ai, da onde vem essas sombras? Por que estamos com essas correntes?

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