Um pouco de tudo ou tudo de um pouco?

Pergunta angustiante: “O que você faz da vida?”

Uma — quase — provocação perturbadora para um jovem estudante de 23 anos com inúmeras atividades laborais e extras das mais variadas áreas.

“Exercer atividades múltiplas? Oi?! Como? Quase não tenho tempo nem para a Faculdade!”

Dentre essas e outras, são indagações que recebo ao contar minhas atividades. Eu sei que parece um pouco inviável dar conta de tudo, principalmente quando são de áreas totalmente distintas, levando em consideração toda a cobrança e esforço exigido pelas atividades que ocupam mais seu tempo, como a faculdade, o trabalho formal e sua família. Realmente é bem difícil, se você não tiver um bom planejamento do seu tempo e dos seus objetivos.

É possível se dedicar à diversas atividades, habilidades e projetos ao longo de sua vida, acredito que, como aconteceu comigo, há fases do foco de aprendizagem em cada habilidade, atividade e projeto que você queira desenvolver.

Com o tempo, tais atividades são desenvolvidas e aperfeiçoadas, e com isso surge-se o mais importante, na minha opinião, a gestão do tempo, que nos possibilitará rearranjar nossas energias e com isso prosseguir em novos projetos.

“Eu acredito que, em uma vida multifuncional, tudo seja uma questão de Gestão.”

— Gabriel Zumba Ceciliano (vulgo eu)

Incentivo, ao meu redor, qualquer projeto pessoal de amigos e conhecidos, desde aprender um novo idioma, um instrumento, uma nova atividade ou iniciar um negócio. Nunca fique parado.

Entretanto,

Aprender um pouco de tudo ou tudo de um pouco?

Essa pergunta, um tanto quanto angustiante pra mim, me incomodou, por um tempo, principalmente no caminhar da faculdade, por não conseguir um bom rendimento e ‘culpar’ sempre minhas atividades extracurriculares. Ainda bem que não dei ouvidos a isso, caso contrário, teria quebrado a cara.

A geração dos nossos pais, de cobrança pela especialização, que diz que temos que saber tudo sobre determinado assunto e ser o melhor nisso e somente nisso, já está sendo ultrapassada, atualmente, grandes empresas já buscam muito além de um perfil acadêmico arrojado, o “cara nota 9/10” já perde para aquele “mediano”, que possui grandes experiências em variadas áreas do mercado de trabalho, bem como em suas atividades extracurriculares, ao ser mais dinâmico, criativo, com habilidades para soluções de problemas, acaba sendo mais relevante para a companhia.

Como é notório, não sou dos mais adeptos à ideia de “Especialista”, mas cobro de mim mesmo, em qualquer área da minha vida, em meio há tantas atividades, uma qualidade nos resultados condizente com a condição, dedicação e ferramentas as quais me estão disponíveis.

Percebo que, na vida, nem todas atividades que fazemos nos trarão 100% de prazer e felicidade o tempo inteiro, além de ser conflituoso filosoficamente, é ingênuo da nossa parte, pensar ser assim. E é então, onde entra a importância da pluralidade de conhecimento e atividades de áreas distintas onde, em cada uma delas, conseguimos resgatar o nosso elã vital para continuarmos seguindo.

Gosto de uma metáfora que escrevi há um tempo e que se encaixa bem nesses dilemas que temos na vida, principalmente na nossa idade:

Acredito que há muitas possibilidades e escolhas na vida e entre elas, o tamanho de nossas asas, asas grandes são mais lentas, mas lhe permitem planar mais, com menos esforços e com possibilidades menores para desvios, já asas pequenas, minhas preferidas, permitem mais velocidade, porém, são menos estáveis, conseguem seguir caminhos mais variados e necessitam de mais energia para se manter no ar. Os tamanhos de suas asas não são um problema, são apenas formas diferentes de voo, portanto, não se preocupe caso precise fazer pausas para trocá-las durante seu voo, estará tudo bem, vá de acordo com o vento que bate, vista sua melhor asa e desfrute da liberdade desse céu infinito que é a vida e o conhecimento.

Finalizo esse texto com uma pergunta: E você? O que faz da vida?