Reiniciei a partida

Alvim Dias
eujuninho
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2 min readNov 14, 2019

Como é engraçado recomeçar a crescer novamente. Como assim?

Alguma coisa pra mim se perdeu depois da partida do meu pai. Não sei dizer o que. Ou talvez eu saiba e não queira publicizar isso aqui.

Mas a minha forma de aprender o mundo foi péssima. Eu aprendi a lidar com os outros, sempre pensando pela forma em que eu pudesse favorecer aos outros. Atender suas expectativas.

Como eu poderia me adaptar ao outro, para que ele ficasse satisfeito e visse em mim um “igual”? Pois é. Eu vivi assim, dos 9 até os 36 anos de idade. Enquanto isso, como espectador do mundo dos outros, eu aprendi muito sobre o mundo dos outros e nada sei de mim.

Absolutamente nada sei de mim. Eu não sei nem se, quem me rodeia é realmente quem eu gostaria de que me rodeasse mesmo. Eu to aprendendo a entender o que me faz bem.

Outro dia eu conheci uma garota de 25 anos. Dentro de sua ansiedade, no dia seguinte ela me perguntou o que eu achei do encontro e se eu acho que teremos outros. Eu fui sincero com minha essência, me respeitei pela primeira vez na minha vida e achei muito bom sê-lo. Foi uma sensação que nunca tinha sentido antes.

(Transcrevendo o questionamento dela, me soou que parece uma pesquisa de satisfação de uma empresa depois que comprei um produto. Mas foi exatamente assim que ela me questionou.)

Eu respondi que pode ser que repetisse sim, só não sei se será e nem sabia quando.
Disse ainda que eu to respeitando mais minhas vontades. É um terreno novo isso pra mim. Eu não sei nada sobre minhas vontades. Nunca dei atenção a elas.
Eu não gostaria de lidar com as expectativas dela. Eu disse que as respeito também, mas que hoje sou semelhante a um “alcoólatra em processo de largar o vício”.
Estou aprendendo a não me preocupar 100% do meu tempo em atender a expectativa alheia. E acredite, mas isso é muuuuuuuito mais difícil do que possa parecer.

Não sei como isso funciona ainda. Não tenho a menor ideia no que isso vai dar.
Mas seria legal se, em um futuro próximo, minhas vontades, essas que não conheço, me façam cruzar com seus caminhos. Seja para a finalidade que for. Quem sabe amigos? Vai saber.

Enfim, minha resposta foi essa acima, diluída na minha adaptação para esse texto que você está lendo.

Hoje minha vontade é continuar me conhecendo, sentindo mais sobre esse mundo que era indiferente a mim. Um mundo que estava deserto e abandonado. Um mundo que eu carregava por carregar.

Não sei quem vai entrar ou quem vai descer dessa “arca”, mas eu tô curtindo muuuuuuito o percurso.

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