O quebra-cabeça de Sarri rumo a Lisboa
Nesta sexta-feira, Juventus e Lyon se enfrentam em Turim às 16:00 (Brasília), partida de volta das oitavas de final da Liga dos Campeões. O confronto de ida, na França, terminou com vitória por 1 a 0 para o time de Rudi Garcia. Para reverter a eliminatória, os bianconeros precisam de uma vitória por dois gols de diferença.
Em jogos como este, as questões tática e comportamental do time em desvantagem são desafiadas. Em semelhança com a temporada passada, a Juve se encontra nesta encruzilhada. Naquela oportunidade, Cristiano Ronaldo estufou 3 vezes as redes e classificou a velha senhora frente ao Atlético de Madrid, após uma derrota por 2 a 0 na Espanha. Entretanto, o momento atual dos comandados de Maurizio Sarri não inspira tanta confiança. Os eneacampeões da Itália não convenceram depois da parada forçada pela pandemia do Coronavírus, alternando altos e baixos. Mesmo assim, conquistaram mais um scudetto e depositaram toda a concentração na Champions League duas rodadas antes do fim da Serie A. Já o Lyon se contentou com amistosos, tendo apenas a final da Copa da Liga Francesa como compromisso oficial neste período. Com as diferenças citadas e as recorrentes dificuldades de propor e criar, a partida contra os franceses se tornou um verdadeiro quebra-cabeça para o técnico bianconero.
Prognósticos:
- JUVENTUS
Muita expectativa ronda a escalação da Juventus para o jogo de logo mais, principalmente pelas dúvidas. A maior delas é Paulo Dybala. O argentino sofreu um estiramento na coxa esquerda contra a Sampdoria, jogo do título italiano. Possivelmente, o atacante canhoto deve dar lugar à seu compatriota, Gonzalo Higuaín, ficando a disposição no banco de reservas. Com seu tom usualmente misterioso, Sarri não deu quaisquer pistas sobre o estado do camisa 10 e ainda alimentou outras possibilidades para o onze inicial. No lado direito da defesa, existe a possibilidade de Danilo começar. Porém ao falar sobre o tema, o treinador deixou em aberto a posição de Juan Cuadrado, que pode atuar tanto na lateral quanto no ataque. Esta indefinição influi em um terceiro nome: Federico Bernardeschi. O camisa 33 vem sendo titular e poderia perder posição em caso de adiantar o colombiano para a linha de ataque. A decisão tem de ser calculista. Com Bernardeschi e Cuadrado no corredor direito, a equipe ganha em preenchimento do campo adversário (amplitude do camisa 16 e diagonais do italiano), porém perde na recomposição. Danilo seria a solução inicial e cautelosa para este possível problema. No meio, Pjanic será o regista, dinamizando e acelerando o giro do jogo e a saída de bola. Na frente, Ronaldo ganha um pivô (Pipita) e poderá flutuar mais.
Provável time: Szczesny, Danilo (Bernardeschi), De Ligt, Bonucci e Alex Sandro; Bentancur, Pjanic e Rabiot; Cuadrado, Higuaín e Cristiano Ronaldo.
- LYON:
Ao contrário da bicampeã europeia, o cenário dos franceses está repleto de certezas. Após boa partida contra o Paris Saint-German pela final da Copa da Liga, Rudi Garcia e seus comandados aspiram voos maiores. Com um esquema de grande variação tática, o Lyon demonstra muita organização nas transições e perigo extremo nos contra-ataques. Estes aspectos estão atrelados às características de reatividade e velocidade de seus jogadores. O 3–5–2 com Dubois na ala direita e Cornet na esquerda, oferece elementos para uma mudança repentina para o 4–3–3, por exemplo. O ala canhoto possui grande aptidão ofensiva, mais do que o françês no outro extremo. Além disso, Fernando Marçal, zagueiro pelo lado esquerdo, é lateral de origem e faz parte desta alternância de formações. Com a saída de Tousart (autor do gol no jogo de ida), Bruno Guimarães assumiu o papel de primeiro homem do meio-campo isoladamente e apesar de não ter se aperfeiçoado ainda, é uma engrenagem em potencial. Com estes encaixes, os gones estarão em um estilo parecido com o do confronto recente contra o PSG, postura que os traz alguma segurança. Com o excelente momento de Anthony Lopes, a dinâmica de Aouar e a força ofensiva de Dembele e Depay, o Lyon preocupa Maurizio Sarri e companhia.
Provável time: Anthony Lopes, Denayer, Marcelo e Marçal; Dubois, Caqueret, Bruno Guimarães, Aouar e Cornet; Dembele e Depay.
Com todos esses aspectos, o que se espera é um grande duelo estratégico entre Sarri e Rudi Garcia. Um Lyon com pouca margem de erro e olhos abertos para os movimentos bianconeros. A Juve apostando suas fichas num bom rendimento coletivo atrelado ao individual de Cristiano Ronaldo. Para os franceses, um sonho. Para os italianos, obrigação. Todos buscando as coordenadas de Lisboa, Portugal.
